Nos sites da American Airlines, da Delta Air Lines e da United Airlines, já não existem referências a Taiwan, na lista dos destinos possíveis.
Se o utilizador escrever “Taiwan” no campo de pesquisa, nalguns casos surgem as opções de cidades no território (por exemplo, Taipei e Taichung), mas sem referência ao nome “Taiwan”, noutros não aparece nenhum resultado, sendo necessário escrever o nome das cidades de destino diretamente.
A China tinha definido o dia 25 de julho como data limite para as empresas fazerem as alterações.
Numa conferência de imprensa, esta quarta-feira, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, afirmou que “registaram alguns desenvolvimentos positivos e que reconhecem as correções feitas por companhias aéreas relevantes”.
A China e os Estados Unidos da América estiveram envolvidos numa tensa troca de mensagens, depois de a Administração da Aviação Civil Chinesa (AACC) ter enviado uma carta a algumas empresas a exigir que Taiwan deixe de aparecer como sendo um país diferente da China.
“Taiwan deve ser chamado ‘Taiwan chinesa’ ou ‘Taiwan, província ou região da China’”, pode ler-se na carta, publicada no Washington Post na sua versão original, e em inglês no Medium.
Nos mapas, “a representação da China deve incluir Taiwan” e a mesma cor deve usada para o território chinês e para Hong Kong, Macau e Taiwan, continua a carta.
Se as alterações não forem efetuadas, a entidade reguladora registará a “séria desonestidade da empresa e tomará ações disciplinares”, refere a missiva.
A Administração de Trump reagiu a estas exigências, dizendo que se trata de “um absurdo 'orwelliano' e de uma tendência crescente do Partido Comunista Chinês de impor as suas visões políticas aos cidadãos norte-americanos e às empresas privadas”.
“Não interessa o que os Estados Unidos digam, isso não muda o facto objetivo de que só existe uma China no mundo e de que Hong Kong, Macau e Taiwan são partes indivisíveis do território chinês”, afirmou Geng Shuang, num comunicado oficial do gabinete do ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
A questão não se restringe a companhias aéreas. Outras empresas internacionais a operar na China também foram contactadas. A rede de hotéis Marriott, por exemplo, já retirou Taiwan dos questionários enviados aos clientes, noticiou o New York Times.
Há quase setenta anos que a China e Taiwan disputam o território. Pequim considera a ilha de Taiwan uma província do país e não põe de lado a hipótese de usar a força para recuperar a soberania. Taiwan reclama a independência e assume-se como República da China, desde 1949, quando o antigo governo chinês se refugiou depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente.
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