"Abriu-se uma página negra na justiça portuguesa diante de todo o mundo, porque isto não é só um caso que interessa a Portugal. Regredimos em termos de direitos humanos, é uma vergonha. Talvez na Rússia isto possa acontecer e seja apreciado. Ricardo Salgado não tem consciência do que se passa", disse Francisco Proença de Carvalho à saída do tribunal após a identificação do seu cliente, que considera não ter capacidades para estar em tribunal.

"Apresentámos um documento e um relatório médico, quem esteve dentro da sala de tribunal percebeu que Ricardo Salgado não tinha consciência do que se estava a passar, tem uma doença e os efeitos são o que são. Sabemos como é que este tipo de casos, este tipo de pessoas com estas doenças são tratadas no mundo civilizado e ficámos a saber como é que são tratadas, pelos vistos, no mundo incivilizado”, disse, salientando que esta é uma experiência que não pretende "repetir" na sua vida.

Confrontado sobre uma queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, como já revelou, Francisco Proença de Carvalho salientou que não terá "alternativa se as coisas continuarem assim”.

“Vamos ver qual é o momento em que podemos processualmente fazer. Gostaria de evitar e acho que ainda vamos a tempo de evitar”, revelou.