“O CDS-PP acha que deve haver uma comissão de inquérito, pois haverá uma comissão de inquérito”, disse Carlos César em entrevista à RTP.

O CDS-PP anunciou que irá propor a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar responsabilidades políticas no caso do furto de material militar dos paióis de Tancos, revelado em junho de 2017.

Na entrevista à RTP, Carlos César lembrou que a Comissão de Defesa Nacional do parlamento já se reuniu, por várias vezes, com o ministro da Defesa e com diversas entidades envolvidas neste caso e tem discutido o caso de Tancos.

“Se a Procuradoria-Geral da República não entender, por exemplo, que o trabalho de uma investigação a cargo de uma comissão de inquérito parlamentar prejudicará a investigação central, não temos nenhuma razão para nos opormos”, reforçou.

Carlos César adiantou que a responsabilização política neste caso “é motivo de tranquilidade”, porque, assegurou, o Governo agiu “quando e como devia agir”.

“O Governo nunca desvalorizou estes acontecimentos. Pelo contrário, valorizou a investigação judicial que se desenvolveu e […] o importante é entregar à investigação criminal o que faz parte da investigação criminal”, adiantou.

Carlos César sublinhou a importância de que “haja em todo o processo um balanço e uma intervenção de múltiplas instituições que assegure que o Estado de direito e a legalidade pontuam no país”.

Sobre a responsabilidade da tutela nesta situação, Carlos César disse que “o ministro da Defesa não é vigilante, nem faz parte do corpo de segurança das instalações militares” e que cumpriu o que lhe competia.

Disse ainda que o Governo garantiu que o roubo não afetou questões relacionadas com a segurança interna e assegurou a tomada de medidas para acautelar a segurança da instituição e das instalações militares.

“Esta foi a responsabilidade do Governo, que fez o que tinha a fazer. Se este roubo aconteceu, a instituição militar e os que tinham a responsabilidade de garantir que situações dessas não tivessem um figurino tão frágil, evidentemente falharam”, disse.

A entrevista ao presidente do PS aconteceu no dia em que foi conhecida a detenção de sete militares (PJ Militar, incluindo o diretor, e GNR) e um civil no âmbito de uma investigação ao aparecimento do material.

O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições

Em 18 de outubro, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção de munições de nove milímetros.

Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do material que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.

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