A propósito do desaparecimento de armas dos paióis de Tancos, em entrevista publicada no domingo no DN e transmitida na rádio TSF, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, referiu-se à falta de provas visuais, testemunhais ou confissão e admitiu que, "no limite", pode não ter havido qualquer roubo.
"O CDS-PP vem requerer a vinda do ministro da Defesa Nacional à comissão para clarificar o conteúdo das suas declarações e prestar todos os esclarecimentos sobre as averiguações em curso e as conclusões decorrentes dos inquéritos realizados até à data, sobretudo quando a Comissão de Defesa Nacional já solicitou ao Ministério, através de dois ofícios, essas informações", pode ler-se no requerimento hoje entregue no parlamento e ao qual a agência Lusa teve acesso.
No domingo, o deputado centrista João Rebelo - que juntamente com António Carlos Monteiro assina o requerimento - já tinha anunciado que o CDS queria que Azeredo Lopes fosse ao parlamento dizer o que já sabe sobre os inquéritos ao desaparecimento de armas dos Paióis Nacionais de Tancos.
No mesmo dia, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, pediu a demissão de Azeredo Lopes por considerar que a sua postura em relação ao caso de Tancos "não é admissível".
"O senhor ministro da Defesa Nacional mais uma vez veio mostrar que não tem a mínima noção do que é exercer o cargo que ocupa, que não tem estatura para o exercer, vem fazer perguntas, levantar dúvidas, quando aliás coloca a questão de que se calhar nem sequer há um furto. Dúvidas que só depreciam a instituição militar e que o colocam quase como um comum cidadão, como se nada soubesse e nada devesse saber", disse então Assunção Cristas.
Na reunião da comissão que está marcada para terça-feira, o CDS-PP vai propor que seja acrescentado um tópico à agenda da deslocação do ministro agendada para dia 20 deste mês.
Contactado pela Lusa, o coordenador dos deputados do PSD na comissão, Pedro Roque, admitiu essa possibilidade, remetendo para a reunião uma posição definitiva sobre o assunto.
A audição tinha sido pedida pelo PSD antes das férias parlamentares sobre as Forças Nacionais Destacadas, relações com a NATO e sobre a Política Europeia de Segurança e Defesa.
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