Paulo Lemos foi ilibado no processo do furto e recuperação das armas do paiol de Tancos, depois de os procuradores terem considerado que demonstrou “arrependimento ativo” e colaborou nas investigações da Polícia Judiciária.

Segundo os procuradores, a testemunha, que chegou a estar indiciada por associação criminosa, depois de ter dado “informações essenciais” ao arguido João Paulino, alegado cabecilha do furto, arrependeu-se.

Segundo o despacho do MP, a atuação de Paulo Lemos é “reveladora de um esforço sério, uma conduta própria, espontânea e idónea para evitar que os crimes viessem a ser consumados”, atitude que integra o conceito penal de “desistência”.

Na fita do tempo do despacho do MP, é referido que em 10 de março de 2017 “Fechaduras” almoçou com João Paulino e Fernando Guimarães (“Nando”), durante o qual o alegado mentor do furto contou o plano do assalto aos paióis.

João Paulino queria que “Fechaduras” fizesse parte do grupo do assalto e prometeu-lhe 50 mil euros.

Após o referido almoço, ainda segundo o MP, Paulo Lemos refletiu no seu passado de crimes violentos relacionados com o controlo de estabelecimentos de diversão noturna do Porto e nas consequências que tiveram na sua vida.

Lembrou-se também que tinha jurado à mãe que não ia ser preso e que até tinha mudado de cidade para se afastar do mundo do crime.

Tomada a decisão de não participar no furto, “Fechaduras” telefonou a uma procuradora e contou-lhe a proposta que tinha recebido.

O processo tem 23 pessoas acusadas, entre as quais o ex-ministro da Defesa José Azeredo Lopes, que está acusado de prevaricação, abuso de poder, denegação de justiça e favorecimento de funcionário.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento, na chamusca.

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