“O Exército continua a garantir a manutenção e a vigilância das instalações dos Paióis de Nacionais de Tancos, as quais não podem deixar de ser tidas em consideração como infraestruturas de depósito do Exército”, respondeu a porta-voz do ramo a perguntas da Lusa sobre o futuro daquelas instalações.

Admitindo que continua a contar com os paióis de Tancos como “infraestruturas de depósito”, o Exército ainda “está a analisar” o que irá fazer às instalações, que o anterior chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, admitia converter num “campo militar”.

A opção de abandonar os investimentos nos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) para os concentrar no reforço da segurança dos paióis e das instalações do campo de Santa Margarida foi anunciada pelo Exército a 20 de julho de 2017, menos de um mês depois do furto de material de guerra.

Os paióis de Tancos foram desativados e o material foi transferido para os paióis de Santa Margarida e da Marinha e da Força Aérea. Na altura, general Rovisco Duarte, disse que estava em estudo uma proposta para reconverter os paióis de Tancos num campo militar.

“Quando surge este incidente [furto de material de guerra], percebeu-se que não fazia sentido manter Tancos", declarou Rovisco Duarte numa conferência de imprensa em outubro de 2017, no final da operação de esvaziamento dos paióis.

O futuro das instalações dos paióis de Tancos tem sido abordado nas audições da comissão de inquérito sobre o furto de material de guerra, com alguns militares a defender que aquela infraestrutura de armazenamento continua a ser necessária.

Na semana passada, o coronel Amorim Ribeiro, colocado na Inspeção-Geral do Exército, advertiu que os paióis do Exército estão “no limite das suas capacidades” e manifestou-se contra o encerramento da infraestrutura de Tancos.

“Sei que é uma infraestrutura que não pode ser abandonada e desativada, pelo contrário, porque nós, neste momento, precisamos de espaço para ter as munições”, declarou o coronel Amorim Ribeiro.

Quarta-feira passada, o ex-Chefe do Estado-Maior do Exército general Carlos Jerónimo defendeu que o ramo deve manter os paióis nacionais de Tancos como instalações de armazenamento de material e que os paióis de Santa Margarida não têm espaço suficiente.

Os PNT foram construídos entre 1986 e 1987 como infraestrutura de armazenamento de munições e artifícios de fogo, integrando 18 paióis, numa área de 40 hectares e um perímetro de cerca de 2700 metros.