“Se o Exército falhou em Tancos, eu falhei em Tancos”, assumiu, na audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de material militar dos paióis nacionais, o general Faria Meneses, que se afastou do cargo em julho, dias depois do furto, em junho de 2017.
Na audição, que começou às 17:00, na Assembleia da República, o general afirmou que o incidente “feriu a credibilidade das Forças Armadas” e foi uma “falha grave”.
"Nunca pensei que fosse possível acontecer um assalto em Tancos", disse ainda.
Ricardo Bexiga, deputado do PS, questionou-o sobre o conhecimento que tinha das condições de segurança nas instalações de Tancos, nomeadamente um relatório de 2012, que fazia uma descrição exaustiva das falhas, por exemplo, ao nível da videovigilância, sensores e vedações, e também sobre se o efetivo de pessoal era o suficiente.
Faria Meneses reconheceu "tudo o que foi feito" e considerou que, "face à ameaça, recursos disponíveis, aprontamento de forças", o número de homens nas rondas era o suficiente.
"Enganei-me, caiu a nódoa no meu pano", declarou, parafraseado o aforismo popular "no melhor pano cai a nódoa".
O caso do furto de material militar em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do crime.
A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos, divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017, tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019 e é prorrogável por mais 90 dias.
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