A lista do que falta recuperar refere “1.450 munições de 9mm, um disparador de descompressão, duas granadas de gás lacrimogéneo, uma granada ofensiva, duas granadas ofensivas de corte para instrução, 20 cargas lineares de corte CCD20 e 15 cargas lineares de corte CCD30”.

A falta das munições de 9mm já tinha sido confirmada por fonte da PJM logo no dia em que aquela polícia anunciou a recuperação do material, a 18 de outubro de 2017.

A informação consta de um documento, a que a Lusa teve hoje acesso, enviado pelo Ministério Público à comissão parlamentar de Defesa Nacional, que tinha solicitado à Procuradoria as listas do material furtado dos paióis de Tancos e as listas do que efetivamente foi recuperado.

Segundo o documento, a PJM deu também conta ao Ministério Público de que tinham sido recuperados “a mais”, em relação à listagem do material furtado, “136 velas PE4A” (explosivos).

A 31 de outubro do ano passado, o ex-chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, tinha revelado que entre o material encontrado pela PJM estava uma caixa de petardos “a mais”.

No documento enviado ao parlamento, o procurador João de Melo esclarece que “nada obsta a que seja divulgada” pelos deputados “apenas a informação que consta nas listagens”.

“Considerando que parte da informação já foi divulgada em meios de comunicação social, com base num acórdão a que alguns jornalistas terão tido acesso, entendemos que neste momento nenhum prejuízo causa à investigação a confirmação dos dados objetivos conhecidos de tais listagens”, refere o documento.

Para além das listagens do material furtado participado pela PJM em 29 de junho de 2017, a Procuradoria Geral da República enviou ao parlamento outros elementos do processo mas entendeu que sobre esses documentos “deve ser mantido o segredo de justiça” por quem os consultar.

Entre os elementos recebidos incluem-se cópias da participação do furto, do expediente elaborado pela PJM sobre a recuperação do material.

Aqueles elementos foram fornecidos pela Procuradoria-Geral da República à comissão de Defesa Nacional na sequência de um requerimento da iniciativa do CDS-PP visando que o titular da investigação criminal esclarecesse se de facto a lista do material militar furtado e a lista do que foi recuperado estava em segredo de justiça, como alegou o ex-chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, para não a entregar ao parlamento.