“É um documento oportuno que vem clarificar que tudo aquilo que tinha de ser feito no plano político por quem tinha que o fazer que era o senhor ministro da Defesa Nacional em representação do Governo efetivamente foi feito”, sustentou o deputado José Miguel Medeiros.
O coordenador dos deputados do PS na comissão parlamentar de Defesa Nacional referia-se ao `dossier´ sobre o furto de Tancos que o ministro da Defesa enviou quarta-feira ao parlamento, que reúne “factos e documentos” sobre o furto e as medidas tomadas para corrigir as falhas detetadas em termos de segurança.
José Miguel Medeiros defendeu que “tudo o que não está aqui [no relatório] evidentemente que está em sede da investigação criminal, em segredo de justiça e da competência dos órgãos de investigação criminal”.
“Nesta altura e face àquilo que se conhece penso que o assunto está encerrado”, defendeu José Miguel Medeiros, ressalvando a possibilidade de a investigação criminal “trazer alguma matéria à superfície” que exija “algum tipo de conclusões”.
O deputado socialista destacou algumas das medidas tomadas na sequência do furto de Tancos, desde a desativação daquela instalação e a transferência do material para outros paióis com segurança reforçada até às medidas para a uniformização dos sistemas de segurança e formação específica.
O relatório apresenta um resumo histórico dos paióis nacionais de Tancos desde a origem e as suas “constantes dificuldades e insuficiências”, descreve os sistemas de proteção e vigilância, faz uma cronologia dos acontecimentos, estabelece o enquadramento jurídico e as competências legais, as ações desenvolvidas pelo Ministério e pelos ramos militares, em especial o Exército.
No documento, intitulado “Tancos 2017: Factos e documentos”, o Ministério da Defesa admite como “evidentemente legítima” a pergunta de “quem, quando, porquê e como perpetrou o furto de material de guerra nos Paióis Nacionais de Tancos”.
Contudo, recomenda que se deverá aguardar “serenamente, para resposta cabal, pelo termo das investigações (que, à data da divulgação deste dossier, ainda decorrem), orientadas por quem de direito, o Ministério Público”.
O Exército divulgou no dia 29 de junho do ano passado o desaparecimento de material militar dos paióis de Tancos - entretanto desativados - que foi recuperado pela Polícia Judiciária Militar em outubro, a 21 quilómetros do local.
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