A maior Mesa da Páscoa é em Caminha

A "Mesa da Páscoa" de Vila Praia de Âncora, Caminha, conta este ano com a participação de cerca uma centena de comerciantes da região Norte e da Galiza. Em declarações à agência Lusa, Sofia Afonso, do movimento de empresários do concelho de Caminha que organiza o evento, disse que "as estimativas apontam para a participação de cerca de uma centena de comerciantes", que irão ocupar os 500 metros de extensão da "Mesa da Páscoa".

O evento realiza-se no sábado, dia 15 de abril, entre as 10:00 e as 19:00, na principal avenida de Vila Praia de Âncora.

Na "Mesa da Páscoa" de Vila Praia de Âncora são colocados produtos típicos da gastronomia e doçaria do Alto Minho, sobretudo os tradicionais do período pascal.

Dos doces aos salgados, passando pelos produtos de fumeiro e pelo artesanato, são várias as escolhas expostas na maior mesa de Páscoa "com o objetivo de mostrar o que a região tem de melhor e impulsionar a economia local".

O evento inclui ainda um programa de animação, "este ano reforçado" com uma exposição de fotografia intitulada "Visita Pascal no Concelho de Caminha", patente na Igreja Nossa Senhora da Bonança, uma sessão especial de cinema, no cineteatro dos bombeiros, destinado às crianças, um concerto de Páscoa Solidário com a Banda Musical Lanhelense, entre outras iniciativas.

A organização, partilhada com a Câmara de Caminha e a Junta de freguesia de Vila Praia de Âncora, diz tratar-se da "maior mesa" de Páscoa de Portugal, iniciativa que arrancou em 2012.

Ir a Valpaços para provar o folar, “o único do país” a ter IGP

O folar da Páscoa tornou-se numa oportunidade de negócio para produtores de Valpaços que, de forma tradicional ou industrial, já confecionam esta iguaria durante todo o ano e até já exportam para os emigrantes.

O folar, uma espécie de bolo de carnes, é presença obrigatória na mesa dos transmontanos durante a celebração da Páscoa e é também a atração principal da feira que decorre entre esta sexta-feira e domingo, em Valpaços, distrito de Vila Real.

As vendas deste produto têm aumentado nos últimos anos, já se fazem durante todo o ano e a recente atribuição de Indicação Geográfica Protegida (IGP) é encarada como uma oportunidade que abrirá novas portas à comercialização.

Em Valpaços, há folar industrial e tradicional, produzido pelas padarias ou em fornos de particulares, que aproveitam para irem fazendo algum rendimento extra.

O presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, disse que o folar de Valpaços “é o único do país” a ter IGP, atribuída em fevereiro, tratando-se de “um selo de garantia que irá valorizar mais este produto. Este poderá ser comercializado congelado, ultracongelado, cozinhado ou cru.

Durante os três dias do certame são esperados cerca de 100 mil visitantes e um volume de negócios na ordem dos 1,5 milhões de euros.

Em Viana, manda a tradição que a visita seja em número ímpar de templos

Vinte e uma igrejas e capelas de Viana do Castelo vão estar de portas abertas na noite de Quinta-feira Santa para cumprir uma tradição secular incluída no programa de 80 propostas preparadas pela Câmara para animar a época pascal.  Alguns destes templos só podem ser visitados nesta altura do ano, como é o caso da Capela da Casa da Carreira, construída no início do século XVIII, propriedade da câmara, e a capela do Museu de Artes Decorativas.

Engalanados de flores, entre os 21 templos abertos na quinta-feira, à noite, que são visitados "por milhares de pessoas", contam-se ainda as capelas da Conceição da Rocha e das Malheiras, a capela do Gil Eannes, no antigo navio-hospital, a Sé Catedral e a Capela das Almas, que foi a primeira Matriz de Viana do Castelo e que coloca a presença cristã na localidade no século IX.

Manda a tradição que a visita seja em número ímpar de templos, uma vez que os principais quadros religiosos alusivos à Páscoa também são compostos por números ímpares, como as três quedas de Cristo a caminho do Calvário e as cinco chagas.

As visitas noturnas aos templos, situados no centro histórico da cidade, no dia 13 de abril, começam às 20:00 e terminam às 24:00.

Outra das propostas do "Páscoa Doce" é a Mesa dos Três Abades, tradição que se cumpre no Largo das Neves, numa iniciativa das Juntas de Freguesia de Barroselas, Mujães e Vila de Punhe. Os compassos pascais das três encontram-se na segunda-feira, 17 de abril, na Mesa dos Três Abades, situada no Largo das Neves, cumprindo uma tradição que remonta a tempos antigos.

O encontro das cruzes está marcado para as 12:30, sendo a ocasião tradicionalmente aproveitada para içar a bandeira da Festa das Neves, num lugar "sui generis", já que tem um pedaço de cada uma daquelas três freguesias.

A Mesa dos Três Abades terá sido construída no início do século XVII, numa iniciativa dos párocos de Vila de Punhe, Mujães e Barroselas, para assinalar o fim das discórdias em relação aos limites das freguesias.

Visitas aos museus da cidade, conferências e tertúlias, feiras e mostras de produtos locais, ‘workshops’, eventos gastronómicos, exposições, atividades desportivas e espetáculos integram ainda o programa municipal.

Em Borba é tempo de provar o queijo

O município de Borba, no Alentejo, vai realizar um certame, na quadra da Páscoa, para promover os produtos regionais, com destaque para o queijo, que constitui uma das principais atividades económicas do concelho. Trata-se do certame "Queijo e Sabores de Borba", que vai decorrer entre os dias 14 e 16 de abril, no pavilhão de eventos da cidade.

Com a iniciativa, a Câmara Municipal de Borba, no distrito de Évora, pretende promover, além do queijo, o vinho, enchidos, azeite, pão e doçaria, assim como a gastronomia e o artesanato.

Vendido um pouco por todo o país e exportado em pequenas quantidades para vários destinos, o queijo de Borba constitui uma das principais atividades económicas do concelho, estando a maioria dos produtores instalada na freguesia de Rio de Moinhos.

Não há Páscoa em Castelo de Vide sem sopas de sarapatel

As sopas de sarapatel, prato de origem judaica e confecionado à base de sangue de borrego, vão "reinar" numa quinzena gastronómica, a partir de sábado, nos restaurantes de Castelo de Vide, no Alto Alentejo.

Prato típico de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, na época da Páscoa, as sopas de sarapatel contam na sua preparação com a “ajuda” de pão, mas também com o “segredo” dos aromas que as ervas aromáticas oferecem.

A quinzena do sarapatel e de outros pratos de tradição judaico-cristã, promovida pela câmara municipal, decorre até ao dia 17 de abril, numa altura em que Castelo de Vide acolhe um maior número de visitantes para assistir a manifestações pagãs e religiosas.

“O sarapatel é o prato ´rei` da Semana Santa e queremos valoriza-lo ainda mais. A Páscoa é a grande festa dos naturais do nosso concelho, mas também de quem nos visita, ao ponto de, nesta altura, a capacidade hoteleira estar já esgotada”, disse à agência Lusa o presidente do município, António Pita.

Além das sopas de sarapatel, podem ser também saboreados outros pratos típicos e relacionados com a época pascal, como a perna de borrego assada no forno com ervas aromáticas, ensopado de borrego, pezinhos de cabrito de tomatada e cachafrito (também confecionado com cabrito).

Para adoçar a boca no final de cada refeição, os 18 restaurantes aderentes vão apresentar os tradicionais bolos fintos, lagartos e queijadas ou então a boleima, uma receita judaica que tem como ponto de partida o pão sem fermento.

As sopas de sarapatel tiveram origem em Goa, mas eram confecionadas com carne de porco. Em Castelo de Vide, os cristãos novos no século XVI começaram a confecionar o sarapatel com o sangue de borrego para serem bem aceites e não terem problemas inquisitoriais.

Proença-a-Velha é o centro dos "Mistérios da Páscoa"

A Câmara de Idanha-a-Nova promove os "Mistérios da Páscoa", um conjunto de 250 manifestações de religiosidade popular ligadas ao ciclo quaresmal, que decorrem nas 17 freguesias deste concelho do distrito de Castelo Branco durante cerca de 90 dias, desde a quarta-feira de cinzas ao domingo de Pentecostes.

Com a freguesia de Proença-a-Velha no centro das atenções dos "Mistérios da Páscoa de 2017", o realce vai para a Encomendação das Almas, que nesta freguesia começa na quarta sexta-feira antes da Páscoa e que se repete durante três sextas-feiras consecutivas.

A Encomendação das Almas é feita por um grupo de mulheres que no seu percurso inclui 13 encruzilhadas onde param para cantar, são acompanhadas por um homem que lhes ilumina o caminho. Durante este percurso, não podem falar umas com as outras nem tão pouco olhar para trás.

O município está a preparar a candidatura dos "Mistérios da Páscoa" às boas práticas do Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, iniciativa que tem o apoio expresso do ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, manifestado em fevereiro, durante uma visita a Idanha-a-Nova.

Os Mistérios da Páscoa em Idanha-a-Nova expressam-se na simplicidade dos gestos e das orações populares, traduzidos em procissões e cânticos no espaço sagrado ou na rua, com particularidades e diferenças significativas de freguesia para freguesia, mas sempre com a mesma fé da religiosidade popular.

 A "divina música" em Guimarães

O Festival de Música Religiosa de Guimarães, a decorrer de 2 a 16 de abril, promete "oferecer de uma forma intensa" música composta "sob o signo" da religião, pretendendo "impor-se" nos roteiros culturais nacional e internacional da Páscoa.

Com direção artística a cargo de José M. Pedrosa Cardoso, a programação do festival apresenta a "divina música" numa grande diversidade de estilos e grupos, desde recitais, cantochão, música coral, música coral-sinfónica, momentos de formação e ainda conferências.

Em 2017, além da autarquia, o festival tem a participação da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, da Sociedade Musical de Guimarães, e a "prestigiante" colaboração da Arquidiocese de Braga.

Destacam-se os recitais a cargo de Daniel Ribeiro (órgão) e José Eduardo Martins (piano), com obras de Kuhnau, Carlos Seixas, J.S. Bach, Franz Liszt, Almeida Prado, entre outros autores.

No campo da música coral, o destaque vai para o coro de câmara Voz Stellae (Santiago de Compostela), o Coral Ensaio (Póvoa de Varzim), o coral vimaranense Vilancico ou o Orfeão de Guimarães.

No que respeita a conjuntos de música antiga, destacam-se as atuações da Orquestra Barroca da Casa da Música e da Orquestra Divino Sospiro, sendo que no repertório coral-sinfónico ouvir-se-ão conjuntos como a Orquestra de Guimarães, o Ensemble Vocal Pro-Música, o Coro do Conservatório de Guimarães, a Orquestra e Coro da Universidade do Minho.

Da programação faz ainda parte a exposição "A Paixão em Guimarães", um "percurso pelas igrejas, passos da Paixão e museus vimaranenses nos quais o visitante fica a conhecer um número significativo de peças de elevada qualidade artística, relacionadas com a Paixão", num total de 19 locais diferentes.

E porque "a festa da música não é apenas som", segundo o diretor artístico do festival, a programação inclui também ofertas de formação como o curso de Introdução ao Canto Gregoriano, pelos responsáveis do Coro Solemnis de Lisboa, e duas conferências a cargo de Nuno Saldanha e Manuel Pedro Ferreira.

A entrada para os vários espetáculos é gratuita e a programação completa do Festival de Música Religiosa de Guimarães 2017 está disponível no sítio da Internet da Câmara Municipal de Guimarães.

De Abrantes a Vila Nova da Barquinha há um "Caminho de Ferro" cheio de propostas

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo oferece um roteiro de turismo cultural que decorre entre 11 e 16 de abril em cinco cidades da região. Inserido no projeto de programação em rede “Caminhos”, o “Caminho do Ferro” vai colocar em destaque municípios da região com estações ferroviárias – Abrantes, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Tomar e Vila Nova da Barquinha -, onde vão decorrer, na semana da Páscoa, espetáculos multidisciplinares gratuitos que têm por tema central a dança.

As iniciativas, que envolvem os 13 municípios do Médio Tejo - Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha – têm por objetivo colocar a região “na rota do turismo cultural”.

Na informação divulgada pela organização osobre o que vai acontecer ao longo da próxima semana, destaca-se o espetáculo “Andar”, da coreógrafa Aldara Bizarro.

Projeto de criação que envolve 50 bailarinos amadores dos cinco municípios, o espetáculo, que “reúne a poesia de Ana Hatherly e o movimento de andar pelas ruas”, poderá ser visto, sempre às 18:30, nos dias 14, no Café Paraíso em Tomar, 15, no Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha, e 16, no centro histórico de Mação.

No Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, Vincent Glowinski, conhecido desde que preencheu as paredes de Bruxelas com os seus desenhos gigantes, tem a sua primeira apresentação em palco, dias 13 e 15 às 21:30, com "Human Brush", juntando desenho, coreografia e tecnologia digital.

Quem se ‘perder’ pelo Médio Tejo na próxima semana poderá ainda assistir, e participar, nos dias 14 no Castelo de Almourol e 15 no centro histórico de Mação, às 21:00, no “Baile dos Candeeiros”, um “espetáculo mágico em que o corpo dos bailarinos dá vida à luz de belíssimos candeeiros de época e que envolve o público num baile espontâneo”.

As praças José Raimundo Soares, em Abrantes, e da República, em Tomar, vão receber os concertos do grupo Galandum Galundaina (música tradicional portuguesa), dia 13 às 23:00, e do fadista Ricardo Ribeiro, dia 16, às 21:30, respetivamente, atuando a Dixie Band dos Xaral´s Dixie no dia 13 às 19:00 na estação ferroviária do Entroncamento.

Para famílias estão agendados os espetáculos "Sopa Nuvem" (dias 13 e 15, às 12:00, em Mação) e o "O cão que corre atrás de mim…" (dias 15 e 16, às 17:30, no Entroncamento), que aliam cinema e música ao vivo, teatro físico e de objetos, “propondo viagens emocionantes e poéticas pelas memórias de infância e interpelando-nos para as relações preciosas entre pais e filhos, avós e netos”.