Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela, confirmou que as autoridades prenderam o tio de Juan Guaidó à chegada no Aeroporto de Maiquetia.

Guaidó já tinha dito, esta terça-feira, que o tio Juan José Márquez desapareceu depois de ter sido intercetado pelas autoridades aduaneiras. O autoproclamado presidente da Venezuela chegou ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, a 25 quilómetros a norte de Caracas, às 17:00 (21:00 em Lisboa), a bordo de um voo da transportadora TAP, que passou por Lisboa.

Juan José Márquez é acusado de terrorismo por alegadamente transportar explosivos e coletes à prova de bala. A oposição venezuelana garante que as provas foram plantadas.

“A companhia aérea, como se chama? TAP? É assim que se chama. Não é nenhuma santa e terão aqui uma averiguação, porque isto foi permitido pela companhia aérea. E eles são muito rígidos lá”, disse Diosdado Cabello, em imagens que a RTP divulgou esta terça-feira.

“Os portugueses pensam que nós somos idiotas. Os donos da companhia aérea pensam que somos idiotas. E o seu embaixador foi para lá [ao aeroporto]. E nós temos de nos calar, porque pertencemos ao terceiro mundo, estamos em via de desenvolvimento”, disse ainda o presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela.

Governo português, contactado pela RTP, garante que não houve qualquer contacto oficial em Lisboa com a comitiva de Guaidó.

Contactada pelo Expresso, fonte oficial da TAP desvalorizou, remetendo para a gestora dos aeroportos nacionais. "Quem faz rastreio de passageiros e bagagens é a ANA", afirmou uma porta-voz da companhia aérea portuguesa ao semanário.

A crise venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, quando Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela para convocar um governo de transição e eleições livres no país.

Os EUA foram o primeiro de mais de 50 países a apoiar Juan Guaidó, tal como Portugal, uma posição tomada no âmbito da UE.