“A TAP lançou um pedido de proposta a vários operadores de ATR, a fim de otimizar a frota a operar ao seu serviço, aumentar a fiabilidade e reduzir os custos”, disse a companhia, na nota.
Segundo a TAP, “das cinco propostas recebidas, a melhor oferta para operar dois ATR está a ser negociada e vai proporcionar a necessária regularidade operacional e evitar o impacto financeiro negativo que a TAP tem sofrido até agora devido à falta de fiabilidade da White”.
A transportadora disse ainda que “o operador selecionado vai contratar tripulação e pessoal de manutenção português para os dois ATR”, ou seja, é um contrato de ACMI.
“A White Airways tem vindo a operar uma frota de seis aviões ATR para a TAP, o que tem sido um desafio constante, com múltiplos aviões ATR a ficarem em terra por avaria e a registarem uma regularidade operacional decrescente”, justificou a companhia, indicando que, de acordo com o seu plano de reestruturação, “tem uma limitação em termos de dimensão da frota, que não pode exceder as 99 aeronaves”.
A transportadora explicou depois que “esta limitação exige que a empresa potencie a oferta através da utilização de aeronaves com maior capacidade de lugares, em detrimento dos aviões da frota com menor capacidade, justamente os ATR”, acrescentando que “tem de reforçar a fiabilidade da sua frota, para evitar que os resultados operacionais sejam penalizados pela indisponibilidade de aeronaves”.
“De futuro, a TAP apenas necessitará de dois ATR, uma vez que vai contar com seis E-jets (Embraer) adicionais na Portugalia, dois dos quais já iniciaram as operações em setembro deste ano, enquanto os quatro restantes serão faseados até janeiro de 2023”, explicou a companhia.
De acordo com a transportadora, “só durante o último ano, a White Airways teve uma média mensal de 10 eventos AOG (Aircraft on Ground) devido a razões técnicas”, sendo que “entre novembro de 2021 e setembro de 2022, razões técnicas resultaram num agregado de 342 voos cancelados, com uma média de 31 voos cancelados por mês”.
“Só em setembro de 2022, a White teve 84 voos cancelados por razões técnicas”, referiu a empresa, adiantando que “em 2022 (acumulado), a White Airways tem 1,9 AOG por 100 voos, contrastando com a relação da TAP de 0,52 AOG por 100 voos. A White Airways operou 94% dos voos planeados, enquanto na TAP esta percentagem sobe para 98,2%”, destacou.
A TAP assinalou que, “desde janeiro de 2022, o baixo desempenho da frota ATR operada pela White teve um impacto financeiro negativo na TAP de 4,8 milhões de euros devido a cancelamentos, necessidade de troca de aviões com aumento de capacidade e indemnizações aos passageiros”.
Ainda assim, e “apesar da falta de fiabilidade operacional da White, a TAP tem vindo a pagar diretamente à White as horas voo e a suportar os custos dos alugueres das aeronaves e das reservas de manutenção”, indicou, detalhando que “entre 2016 e 2022, a TAP pagou 109 milhões de euros por horas de voo diretamente à White e 98 milhões de euros por alugueres de aeronaves ao serviço da White, mais 33 milhões de dólares para reservas de manutenção ao locador da aeronave”.
Com a pandemia, “a TAP continuou a apoiar a White, pagando 24 milhões de euros durante 2020 e 2021, o que representou uma diminuição média de apenas 20% em relação a 2019, embora em média as operações da White para a TAP tenham diminuído 42%”, explicou a transportadora.
Em abril deste ano, uma notícia do Negócios dava conta das dificuldades da White Airways, que pertence ao grupo Omni Aviation, referindo que a empresa estava mesmo em risco de insolvência.
O contrato da White com a TAP ”expira em 31 de outubro de 2022″, disse a companhia.
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