Num esclarecimento público, Pedro Nuno Santos explicou que, desde a sua demissão, em 28 de dezembro, tem estado a “reconstruir a fita do tempo” sobre a saída de Alexandra Reis da companhia aérea portuguesa, com uma indemnização de 500 mil euros.
“A importância de reconstruir esta fita do tempo foi reforçada com a audição da CEO da TAP no Parlamento e a explícita referência a uma anuência escrita por parte do secretário de Estado [das Infraestruturas], Hugo Mendes”, realçou o ex-ministro.
“Da análise complementar à comunicação informal, há efetivamente uma anuência política escrita por parte do secretário de Estado à CEO da TAP”, adiantou o socialista.
Pedro Nuno Santos contou ainda que tinha sido informado do valor da indemnização de 500 mil euros: “Neste processo de reconstituição, foi encontrada ontem [19 de janeiro de 2023], por mim, uma comunicação anterior da minha então chefe do gabinete e do secretário de Estado, de que nenhum dos três tinha memória, a informarem-me do valor final do acordo a que as partes tinham chegado”.
Segundo o ex-responsável pela pasta das Infraestruturas, a chefe de gabinete e o secretário de estado mostram-se convictos de que por "recomendação da CEO da TAP e da sua equipa de advogados e das informações que receberam dos mesmos, que não era possível reduzir mais o valor da compensação”.
Ainda sobre a referida comunicação, Pedro Nuno Santos revelou que lhe foi pedida “anuência política para fechar o processo” e que a deu.
O ex-ministro que detinha a pasta da TAP vincou que à data da sua demissão "não foram identificadas quaisquer comunicações dirigidas ao ministro, nem qualquer documento de resposta do Ministério, contendo algum tipo de autorização”.
“Com a minha demissão, retirei a consequência política devida, por considerar então, com a informação que tinha presente, que deveria assumir a responsabilidade política deste processo. Agora, identificada esta nova informação, por uma questão de transparência, penso ser meu dever prestar este esclarecimento público”, frisou.
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, foi ouvida no parlamento na quarta-feira, para dar explicações sobre a indemnização paga à antiga administradora Alexandra Reis, que foi posteriormente presidente da NAV e secretária de Estado.
Na audição, a responsável da TAP disse que esteve em contacto, “desde o início”, com o então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.
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