“Voltamos de novo ao protesto porque o Governo tinha ficado de apresentar em julho uma nova proposta”, sendo que a apresentada em 29 de setembro pela anterior equipa do Ministério da Saúde foi “pouco mais do que nada”, disse hoje à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont.
“Não houve propostas que respondessem à nossa reivindicação relativamente à aplicação da nova tabela salarial” e no que respeita à transição para a nova carreira “os problemas que a proposta do Governo traz consigo são inadmissíveis para este grupo profissional”, sublinhou o dirigente sindical.
Segundo os sindicatos, a tabela salarial imposta pelo Governo, cruzada com o sistema de avaliação e as quotas por categoria, implica que cerca de 90% dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica permaneçam na base da carreira toda a sua vida profissional.
Apesar de a equipa do Ministério da Saúde ter mudado, os sindicatos decidiram manter o protesto que já estava agendado.
Luís Dupont contou que, logo após a tomada de posse da nova ministra da Saúde, Marta Temido, foi pedida “uma audiência urgente à ministra”, porque na última reunião com a anterior equipa ministerial, a 29 de setembro, foi dito aos sindicatos que “iam ponderar a sua intenção de encerrar o processo sem acordo dos sindicatos”.
“Nós dissemos que se o fizessem iria levantar-se um valente protesto”, frisou o sindicalista.
As formas de luta podem vir a “agravar-se nas próximas semanas”, porque os trabalhadores não aceitam a proposta apresentada pelo Governo, disse, lembrando que, em setembro e outubro, foram realizados plenários a nível nacional e que há uma moção aprovada que impede os sindicatos de assinarem um acordo conforme as propostas do Governo.
A greve nacional é convocada pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, pelo Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com fins públicos.
Os sindicatos protestam contra “a intenção do Governo de encerrar o processo negocial da revisão da carreira” sem acordo com as associações sindicais e exigem uma tabela salarial que respeite as suas habilitações profissionais e a sua aplicação a 01 de janeiro de 2018.
Reclamam ainda ao Governo que aceite as regras de transição para a nova carreira, “o correto descongelamento das progressões” e o “fim de todas as bolsas de horas ilegalmente constituídas, sem o acordo escrito do trabalhador, com o pagamento integral como trabalho extraordinário”.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, num total de cerca de 10 mil profissionais que trabalham nos serviços públicos de saúde.
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