“Este ano nidificaram 36 casais de abutre-preto no Tejo Internacional, o que representa uma tendência de recuperação da espécie em Portugal, e que representa já mais de 70% da população nacional da espécie”, referiu a Quercus, em comunicado enviado hoje à agência Lusa.
Deste total, três casais reproduziram-se em terrenos propriedade da Quercus, no PNTI, um deles numa plataforma ninho artificial e os outros dois em ninho natural.
“Nesta época de reprodução voaram 16 crias de abutre-preto no PNTI. As crias foram marcadas, foi monitorizado o seu estado sanitário e recolhidas amostras para dar continuidade aos estudos de toxicologia”, explicaram os ambientalistas.
O PNTI “alberga a maior colónia nidificante de abutre-preto em Portugal, a segunda maior população nacional de abutre do Egito e de grifo”, e diversas espécies de avifauna “criticamente ameaçadas e de elevado valor biológico”.
Os dados divulgados pela Quercus provenientes de vários projetos de conservação e dos Centros de Recuperação de Fauna (CERAS) recolhidos entre 1999 e 2022 permitem concluir que em 204 registos de mortalidade não natural das três espécies de abutres presentes em Portugal (Grifo, Abutre-preto e Abutre do Egito) “as principais ameaças foram os envenenamentos (45%) seguida das eletrocussões em postes elétricos de média tensão (20%) e a falta de alimento (12%), entre outras, como o tiro e colisões com aerogeradores”.
Os ambientalistas sublinharam ainda que o PNTI mantém os 18 casais nidificantes de abutre do Egito, a segunda maior população do país, e o Grifo (Gyps fulvus), com 429 casais.
“O Milhafre Real extingue-se da zona como reprodutor. A utilização de venenos, a mortalidade por eletrocussão e o abate a tiro foram as principais causas da extinção desta espécie no Tejo Internacional”.
O núcleo de Castelo Branco da Quercus associa-se, no sábado, às comemorações do Dia Internacional dos Abutres, para sensibilizar sobre a importância destas espécies e alertar para risco de extinção.
O Dia Internacional dos Abutres celebra-se anualmente no primeiro sábado de setembro. Nesta efeméride, por todo o mundo, comemora-se a importância da conservação destas aves, vitais para os ecossistemas, e alerta-se a sociedade para as sérias ameaças que as mesmas enfrentam.
O PNTI abrange o vale do troço fronteiriço do rio Tejo, vales confinantes e áreas aplanadas adjacentes, cobrindo uma superfície de 26.484 hectares, estendendo-se por território pertencente aos concelhos de Castelo Branco, de Idanha-a-Nova e de Vila Velha de Ródão.
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