
Nessa carta, segundo o comunicado da RTVE, são reconhecidas "preocupações apresentadas por vários grupos da sociedade civil em Espanha", relacionadas com a "situação em Gaza" e com a participação de Israel no concurso que tem a final marcada para o próximo dia 17 de maio, na Suíça.
Nesse contexto, defende a RTVE, "seria apropriado que a UER reconhecesse a existência deste debate e proporcionasse espaço para a reflexão entre as emissoras" que fazem parte da organização, "sobre a participação da televisão pública israelita" na competição, conclui o grupo público espanhol.
A missiva é assinada pelo presidente da RTVE, José Pablo López, e dirigida ao diretor-geral da UER, a Noel Curran.
Trinta e sete países devem participar na edição de 2025 do festival da Eurovisão, a realizar em maio em Basileia, na Suíça.
Este ano, a estação de televisão israelita KAN escolheu Yuval Raphael, um sobrevivente do ataque do Hamas de 7 de outubro, como seu candidato.
O pedido da RTVE surge depois de terem sido lançadas petições na Finlândia, no final de março, pedindo à televisão pública Yle que pressionasse a UER para excluir Israel da edição de 2025, por causa da guerra em Gaza.
No ano passado, a 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, em Malmö, na Suécia, ficou marcada pelo conflito israelo-palestiniano. Desde que se soube que Israel iria participar no concurso, vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus para que a participação do país fosse vetada.
Houve manifestações, junto à arena que acolheu a final, e a participação do representante dos Países Baixos foi cancelada, depois de um "incidente" nos bastidores com a delegação de Telavive.
Na altura, iolanda, a representante portuguesa, apresentou-se no desfile das bandeiras com um vestido de uma marca palestiniana e as unhas pintadas com o padrão do ‘keffiyeh’, lenço símbolo da resistência palestiniana. Em palco, quando terminou a atuação, a cantora portuguesa disse que a paz iria prevalecer, à semelhança de outros participantes, como os representantes de França e Irlanda.
A vice-presidente do governo espanhol e ministra do Trabalho, Yolanda Diáz, recordou na altura que o Festival Eurovisão da Canção “é alegria, paz e diversidade, não uma montra para branquear o genocídio do povo palestiniano por Israel".
Este ano, Portugal é representado na Eurovisão pelos Napa e a canção "Deslocado".
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