“Incentivo todos os que nos ouvem a desfrutar este ano de umas férias seguras em Espanha, visto que os protocolos [sanitários] estão a funcionar”, disse Reyes Maroto, no primeiro dia da videoconferência “Euragora: Turismo em tempos de covid-19”, organizado pelas agências Lusa (portuguesa) e Efe (espanhola).
A responsável do Governo espanhol transmitiu uma “mensagem de tranquilidade” para todos os turistas e apelou à “responsabilidade individual e coletiva” na luta contra a pandemia, que atingiu de uma forma particularmente dura o país.
“Tem de se conviver com a covid, mas isso não significa que não podemos ir de férias”, insistiu Reyes Maroto, alertando que, mesmo assim, é necessário continuar a seguir as recomendações de utilização de máscaras, lavagem das mãos e manutenção de uma distância social de segurança.
Espanha é um dos países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, tendo até agora mais de 28.000 mortes e mais de 256.000 pessoas infetadas desde que a doença foi detetada.
“Estamos a conviver com a covid e isso fez com que nos preparássemos com os protocolos adequados para poder dar uma resposta tanto para a atividade turística como também uma resposta sanitária”, assegurou a ministra.
Em Espanha há mais de 100 surtos de covid-19 espalhados pelo país, que afetam mais de 2.000 pessoas, a maioria assintomáticos (com a doença, mas sem sintomas), tendo várias comunidades autónomas decidido impor a obrigação de usar máscara em todos os locais públicos, interiores e exteriores, mesmo que haja distância social de segurança.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o setor do Turismo em Espanha foi responsável por cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, ano em que o país recebeu quase 84 milhões de turistas internacionais.
Na conferência, que conta com a presença de representantes de organizações internacionais, comissários europeus, ministros e autarcas de Portugal e Espanha, Reyes Maroto avançou que a principal prioridade de Madrid é agora “assentar as bases para o relançamento do setor do turismo, um dos mais atingidos pela pandemia.
A ministra pretende “aproveitar a covid para reforçar a competitividade” do setor com “elementos” importantes como são, segundo apontou, a sustentabilidade e a digitalização, “mas também a geração de novos produtos que permitam manter a liderança que a Espanha tem em termos do turismo”.
Reyes Maroto está convencida de que o turismo internacional vai recuperar de uma forma “mais lenta” do que o nacional, depois de Espanha e os países da União Europeia terem começado a abrir as suas fronteiras exteriores em 01 de julho último, uma semana após a abertura no interior do espaço Schengen.
“O compromisso do Governo [espanhol] é, não só proteger o setor, como promover a sua reativação e as medidas que já implementámos ascendem a 20 mil milhões de euros”, disse a ministra do Turismo, que também é responsável pelas pastas da Indústria e do Comércio.
A responsável governamental recordou ainda que o país tem em vigor uma série de medidas de ‘lay-off’ até 30 de setembro próximo para apoiar as empresas.
No debate moderado pelos presidentes da Lusa, Nicolau Santos, e da Efe, Gabriela Cañas, também participou o ministro da Economia português, Pedro Siza Vieira, que se mostrou “convencido” em como Portugal “vai voltar ao centro as preferências dos consumidores”.
Por seu lado, o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, defendeu que se deve agora “definir o futuro” do setor turístico e “aproveitar” o plano de recuperação europeu que está a ser discutido para “investir num turismo mais verde, mais digital e mais resiliente”.
O primeiro dia da videoconferência, que hoje tratou da “segurança e mercado” do setor turístico, vai ser seguido, na quinta-feira, por um debate sobre “lugares e pessoas” que será moderado pelos diretores de informação da Lusa e da Efe, respetivamente Luísa Meireles e Juan Manuel Sanz.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 574 mil mortos e infetou cerca de 13,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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