"Temos a responsabilidade de dar um Governo” à Itália, referiu Di Maio.
“Somos uma força política que representa todo o país, o que não se pode dizer das outras formações e, inevitavelmente, isso projeta-nos na direção do Governo do país", disse o jovem líder, de 31 anos, numa conferência de imprensa em Roma.
Di Maio disse que o partido está “aberto a negociação com todas as forças políticas".
Segundo os resultados até agora conhecidos, o M5S obteve 31,79% dos votos para o Senado, tendo sido apenas superado pela coligação do ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi.
Para a Câmara dos Deputados, o partido conseguiu 32,20% dos votos, convertendo-se no partido unitário mais votado, num cenário sem maioria absoluta para governar.
No total, a coligação de direita é a mais votada, ao somar 36,99% dos votos da Câmara dos Deputados e 37,46% no Senado, mas sem alcançar a maioria.
A coligação é formada pela Força Itália, de Sílvio Berlusconi (14,43% no Senado e 13,94% na Câmara dos Deputados), pelo partido de extrema-direita Liga (17,89% no Senado e 17,71% na Câmara), Irmãos de Itália (4,35% no Senado e 4,27% na Câmara) e Quarto Polo (1,20% no Senado e 1,30% na Câmara).
O líder do M5S avançou que o debate deverá começar com a designação dos dois presidentes das Câmaras, que devem ser “figuras de garantia”, e depois quer negociar com os demais partidos baseados em temas de trabalho que considera prioritários.
Entre os temas citou a pobreza, a luta contra o desperdício económico da classe política, os problemas derivados da imigração e a segurança, assim como os impostos, o desenvolvimento das pequenas e médias empresas.
“Estes temas têm de ser encarados e temos uma oportunidade histórica para fazê-lo, para cumprir coisas que os italianos esperam há trinta anos”, sublinhou Di Maio.
O candidato do M5S assegurou em sua opinião, e em consonância com a posição política do partido - que surgiu em 2009 para desafiar o sistema tradicional -, o seu êxito é um "resultado pós-ideológico" para responder aos "grandes problemas da nação".
Di Maio expressou a sua confiança no chefe de Estado, Sergio Mattarella, que, a partir de 23 de março, deve começar a ronda de contatos para tentar formar um Governo em Itália, antevendo-se ser uma tarefa difícil, pois não há maiorias absolutas.
"Saberá guiar este momento com autoridade e sensibilidade", disse o líder do M5S sobre Matarella, acrescentando que agora “começa a terceira República, que será dos cidadãos".
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