Numa entrevista transmitida em direto hoje na estação de televisão que possui a partir da Arábia Saudita, país onde se encontra, Saad Hariri afirmou que só recuará na demissão com esse compromisso do Hezbollah, que enviou milhares de combatentes para a Síria em apoio do regime do Presidente, Bashar al-Assad.
Hariri afirmou que o governo de unidade nacional que formou no ano passado pressupunha um acordo com o Hezbollah para este se manter neutro, o que não aconteceu.
Negou ainda que tenha sido obrigado a demitir-se, afirmando que com o gesto quis “causar um choque positivo” no Líbano para que deixe de sentir-se a influência do Irão, que considera estar a prejudicar as relações com outros países na região.
“Não posso ser o único a fazer concessões enquanto outros fazem o que querem”, argumentou.
Saad Hariri demitiu-se no sábado inesperadamente quando se encontrava de visita à Arábia Saudita.
Durante o anúncio da demissão, Hariri denunciou a preparação de um atentado contra a sua vida e acusou o movimento xiita Hezbollah de impor a sua política através das armas.
A renúncia de Saad Hariri faz recear que o Líbano, país de frágeis equilíbrios entre as suas diversas comunidades, caia de novo na violência. O país foi devastado por uma guerra civil entre 1975 e 1990 e por um conflito com o vizinho israelita em 2006.
A Arábia Saudita sunita e o Irão xiita, dois pesos pesados na região, enfrentam-se em vários conflitos do Médio Oriente, nomeadamente na Síria e no Iémen.
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