"A vertente de cidade para as pessoas tem sido descorada, por isso estou convicta de que poderemos fazer mais por Lisboa", afirma à Lusa a também vice-presidente do partido e vereadora na capital.
A candidata quer que Lisboa seja uma cidade inclusiva, onde as famílias se possam fixar.
"Tenho uma visão para a cidade que é diferente daquela que tem vindo a ser implementada nos últimos mandatos, na última década" de governação de maioria socialista, diz, descrevendo ser "muito mais focada nas pessoas que aqui vivem e querem viver, trabalham e estudam".
Teresa de Andrade Leal Coelho, 57 anos, nasceu em Moçambique e é licenciada em Direito pela Universidade Lusíada de Lisboa, onde leciona e pela qual tem o curso completo para doutoramento na área de jurídico-políticas.
Foi pela primeira vez deputada à Assembleia da República na XII Legislatura (2011/2015), eleita pelo círculo eleitoral do Porto, numa lista onde foi número dois, atrás do ex-ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco.
Em 2015, foi cabeça de lista por Santarém e desempenha atualmente funções de deputada e presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, tendo sido também vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, entre julho de 2011 e janeiro de 2014.
No partido, é vice-presidente da Comissão Política Nacional desde 2012, tendo estado sempre nas direções de Pedro Passos Coelho.
Em Lisboa, integrou em 2007 a lista de Fernando Negrão, que se candidatou como independente pelo PSD, e é vereadora na Câmara Municipal de Lisboa desde 2013, depois de ter sido número dois da lista PSD/CDS/MPT encabeçada por Fernando Seara.
Entre os principais problemas atuais da cidade, a social-democrata aponta "o preço do arrendamento, da aquisição de imobiliário e o facto de as pessoas terem de passar horas no trânsito para levar filhos à escola e deslocarem-se para o trabalho".
O "arrendamento e o imobiliário têm vindo a subir sistematicamente de preço, temos de compensar os custos elevados retirando outros custos aos cidadãos", afirma.
Na sua opinião, o município deve ter uma política de gestão que permita ter mais habitação com rendas e preços mais adequados. Agora, resume, "a vida em Lisboa está insuportável" e também devido aos transportes públicos.
"O serviço tem vindo a piorar sistematicamente, as pessoas não têm controlo do horário dos autocarros e andam de metro em carruagens lotadas", comenta, indicando que é necessário apostar francamente no serviço de transportes públicos, mas descartando uma "guerra ao carro".
"Queremos que as pessoas possam deixar os seus carros em parques expectantes, mas é preciso uma rede de transportes públicos que lhes sirva", propõe.
Falando sobre a passagem da gestão da Carris para o município no início do ano, a candidata contesta que "as negociações feitas [para a concessão da empresa rodoviária a privados] tenham sido rasgadas, para depois se prestar um serviço que tem vindo a piorar cada vez mais".
Descartando a "municipalização ou gestão pela autarquia", vinca que a Câmara "não deve estar nesse plano de gestão de empresas de transportes, mas sim liberta para investir noutras necessidades e prioridades da cidade".
Quanto ao porquê de ter aceitado este desafio, Teresa Leal Coelho lembra a "experiência em autárquicas", uma vez que já integrou as listas a Lisboa nas eleições de 2007 e 2013.
A escolha do seu nome para candidata na capital foi polémico, uma vez que a concelhia não foi envolvida no processo.
Como adversários já conhecidos nas eleições autárquicas, terá João Ferreira (CDU), Assunção Cristas (CDS-PP) e Ricardo Robles (BE). Pelo PS, o candidato deverá ser o atual presidente, Fernando Medina.
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