Nicolás Maduro disse esta semana que não tenciona marcar novas eleições presidenciais, em declarações à agência de notícias estatal russa RIA Novosti, e na ocasião o Presidente da Venezuela também se mostrou disponível para negociar com a oposição, para encontrar uma solução para a crise.

Mas no domingo termina o prazo que a União Europeia deu a Nicolás Maduro para que antecipe as eleições e encontre condições para uma votação “livre e transparente”, ameaçando tomar “novas medidas” contra o regime venezuelano.

No sábado passado, o Conselho Europeu deu um prazo (que vários países europeus consideram ser de oito dias) para que o Presidente marque novo ato eleitoral, considerando que o escrutínio de maio de 2018 (que Maduro venceu com cerca de 60% dos votos) não foi “livre, justo nem credível”, faltando assim legitimidade ao líder do governo para cumprir o seu segundo mandato.

Na quinta-feira, o Parlamento Europeu já reconheceu Juan Guaidó como Presidente interino do país, juntando-se a um grupo de países que tem retirado autoridade a Nicolas Maduro, seguindo o exemplo dos EUA e de vários países da América Latina.

O governo russo, que apoia Maduro, respondeu nesse mesmo dia, dizendo que o Parlamento Europeu está a violar o direito internacional e considerou que se estão a criar condições para um conflito militar de consequências imprevisíveis.

Juan Guaidó, que se tornou o rosto da oposição, autoproclamando-se Presidente interino da Venezuela, no passado dia 23, insiste na necessidade de uma resolução da crise através de eleições e convocou para sábado uma nova manifestação em Caracas, que ele espera que se repitam por várias cidades espalhadas pelo mundo.

Na quarta-feira, uma outra manifestação encheu as ruas de Caracas, em que Guaidó fez uma aparição surpresa defronte da Universidade Central da Venezuela, para voltar a dizer que Nicolas Maduro deve ser deposto e convocadas novas eleições.

As manifestações na Venezuela já fizeram várias dezenas de mortes e centenas de feridos e têm intensificado a tensão nas ruas das cidades, com conflitos entre apoiantes e opositores de Nicolas Maduro.

O apelo de Guaidó tem tido eco em várias capitais mundiais, que têm sucessivamente recusado a legitimidade presidencial a Nicolas Maduro, embora governos como o da Rússia, da China e da Turquia continuem a apoiar o Presidente eleito.

Na entrevista à RIA Novosti, Nicolás Maduro disse que se os EUA querem eleições na Venezuela “terão de esperar por 2025″, acrescentando que não aceita “chantagens e ultimatos”.

O recado de Maduro referia-se ao ultimato da União Europeia, sobre as novas eleições, mas também às sanções impostas por Washington que proíbem empresas americanas de comprarem crude venezuelano, apelando também outros países a que sigam o seu exemplo, rejeitando negócios com a Venezuela na área do petróleo e do ouro.

O governo dos EUA já admitiu que o objetivo é “asfixiar” o regime de Nicolás Maduro, que tem a sua principal forma de financiamento nos lençóis de petróleo, que são uma das maiores reservas mundiais.

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