Para hoje, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê uma ligeira baixa das temperaturas no litoral, mantendo-se, todavia, muito altas no Interior, com previsões entre os 42º Célsius em Bragança, 44º em Castelo Branco e Santarém e os 43º em Évora.
Em Leiria, onde têm lavrado incêndios nos últimos dias, as temperaturas chegam aos 40 graus, assim como em Beja. Logo abaixo, com os termómetros a oscilar entre os 36 e 38 de máxima, está Coimbra, Viseu, Guarda e Vila Real.
Em Lisboa e Setúbal, onde ontem se registou um grande incêndio, as temperaturas vão 36 graus; Porto chega aos 33º Célsius e no Algarve as máximas rondarão os 32 graus.
Em Ponta Delgada conte com máximas de 24 graus e no Funchal de 25º Célsius.
As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 20 e os 26 graus no continente, e entre os 18 e os 20 graus nas ilhas.
Espera-se, portanto, uma "continuação de tempo muito quente com céu pouco nublado, aumentando de nebulosidade no interior Norte e Centro durante a tarde, onde existe uma possibilidade de ocorrência de aguaceiros dispersos e trovoada", diz o IPMA.
O vento vai soprar fraco a moderado (até 30 km/h) no quadrante, mas as rajadas podem chegar até 70 km/h, nas terras altas, em especial da região Sul.
Oito distritos encontram-se hoje em alerta vermelho, o mais alto, devido ao calor e o restante continente — com excepção de Faro, em alerta amarelo — está em alerta laranja.
Os distritos em alerta vermelho esta quinta-feira são Braga, Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém e Portalegre.
Prevê-se todavia uma redução do nível de alerta já a partir de amanhã, com o IPMA a colocar na sexta-feira 10 distritos em alerta laranja e os restantes em alerta amarelo.
Na quarta-feira, até às 19:00, registaram-se 171 incêndios em Portugal continental.
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, afirmou, num ‘briefing’ com jornalistas, que o país está a viver uma “situação inédita” e grave, lembrando que o IPMA colocou 16 distritos em aviso vermelho, “algo que não acontecia há vários anos.
Às 04:55, no “site” da Proteção Civil havia registo de um total de 50 incêndios, 11 em curso, oito em resolução e 31 em fase de conclusão. Estes fogos estão a ser combatidos por mais de 3.600 operacionais, apoiados por cerca de 1.200 veículos.
Entre as 14 ocorrências consideradas significativas pela Proteção Civil na quarta-feira, André Fernandes destacou os incêndios de Abuil, em Pombal (Leiria), que envolveram 450 operacionais, o de Caranguejeira, em Leiria, com 371, o de Faro, com 370 e o de Palmela (Setúbal), com 460.
A área ardida desde o início da onda de calor até ao momento está estimada em 10 mil hectares.
Não há vítimas mortais, mas na quarta-feira, o incêndio em Palmela fez dez feridos, cinco dos quais bombeiros.
Portugal continental está em situação de contingência até às 23:59 de sexta-feira devido às previsões meteorológicas, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
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