A viagem oficial de May, a primeira ao país asiático desde que a política ‘tory’ assumiu o cargo em julho de 2016, arrancou hoje, com a chegada ao aeroporto de Osaka (oeste) pelas 14:00 (06:00 em Lisboa) e vai ter como ‘ponto alto’ uma cimeira com o homólogo nipónico, Shinzo Abe, prevista para quinta-feira em Tóquio.
No encontro, em que se espera que May ofereça a Abe garantias de que o “Brexit” não vai ter um impacto negativo nas várias empresas nipónicas que operam em território britânico, depois de o processo de saída de Londres do bloco comunitário ter suscitado inquietude e mesmo críticas do lado japonês.
Os dois líderes devem firmar um documento em que se comprometem a estreitar a cooperação no domínio económico, e poderão colocar em cima da mesa a possibilidade de um futuro acordo comercial bilateral que começaria a ser negociado depois de Londres formalizar a retirada da UE, noticiaram os meios de comunicação japoneses.
Cerca de mil empresas japoneses estão a operar no Reino Unido e empregam 160 mil pessoas. A maior associação empresarial do Japão (Keidanren) tinha manifestado anteriormente receios de que o “Brexit” tenha um “enorme impacto negativo”.
Mitsubishi UFJ, Nomura Securities ou Daiwa Secuirities, três dos maiores conglomerados financeiros do país, anunciaram já planos de transferir as sedes europeias ou alguns dos escritórios em Londres para outras cidades como Amesterdão ou Frankfurt.
O Japão apresentou uma série de pedidos a Londres para o processo de saída da UE, como a manutenção do acesso à união aduaneira e ao mercado único, assim como à livre entrada de trabalhadores comunitários.
Enquanto o Reino Unido se encontra imerso nas negociações para a saída da UE com o objetivo de as concluir até março de 2019, Abe e os líderes europeus estão em vias de fechar um acordo de comércio livre, o que representa um cenário complicado para May.
A visita da primeira-ministra britânica ao Japão tem lugar, por outro lado, um dia depois de a Coreia do Norte ter lançado um míssil balístico que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou território japonês.
A pedido de Tóquio e de Washington, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se de emergência na terça-feira para condenar veementemente o lançamento do míssil por parte de Pyongyang, o 13.º desde o início do ano.
Na declaração unânime, os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, descreveram as ações de Pyongyang como “ultrajantes” e exigiram que “pare de imediato” com os lançamentos de mísseis
O mais recente lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte teve lugar menos de um mês depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado, por unanimidade, uma resolução que inclui o mais duro pacote de sanções contra Pyongyang, abarcando, entre outros, a proibição total de exportações norte-coreanas de carvão, ferro e chumbo.
A ser respeitada, a resolução 2371 adotada pelo Conselho de Segurança da ONU no início do mês, deve privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem dos mil milhões de dólares (mais de 837 milhões de euros).
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