A primeira-ministra começou por caracterizar o ataque de sábado, 3 de junho, como "brutal", confirmando o número de vítimas mortais (sete) e de feridos (pelo menos 48), alguns em estado crítico. Ontem, três atacantes avançaram com um carro na ponte de Londres, atropelando várias pessoas, tendo depois saído da viatura e esfaqueando outras na via pública.

Theresa May salientou que os atacantes foram confrontados pela polícia em oito minutos, e elogiou a bravura das autoridades e dos serviços de emergência, assim como das pessoas comuns, que se defenderam e defenderam outros.

A responsável confirmou que os atacantes usaram falsos coletes de explosivos para "semear o pânico e o medo".

Este é o terceiro ataque em três meses no Reino Unido. Desde o ataque em Westminster (22 de março) que a polícia conseguiu travar cinco ameaças credíveis disse May, acrescentando que estamos perante uma nova tendência no que concerne o terrorismo: já não existem somente ataques bem planeados, ou atos isolados inspirados por terceiros, mas antes atacantes que imitam outros, usado os métodos mais chocantes.

Apesar dos três ataques - Westminster, Manchester Arena e agora Londres - não estarem ligados no que concerne as células terroristas, estão ligados pelo menos "ideologia malévola do extremismo islâmico, que defende o ódio, semeia a divisão e promove o sectarismo", diz May, acrescentando que as coisas "precisam de mudar". "É uma ideologia que alega que os nossos princípios ocidentais de liberdade, democracia e direitos humanos são incompatíveis com a religião do Islão. É uma ideologia que é uma perversão do Islão e uma perversão da verdade. Derrotar esta ideologia é um dos grandes desafios dos nossos tempos", diz May, acrescentando que esta não pode ser derrotada "apenas por intervenção militar. Não será derrotada pela manutenção de uma operação antiterrorista e defensiva permanente, por mais hábeis que sejam os seus líderes. Só será derrotada quando afastarmos as mentes das pessoas desta violência e as fizermos entender que os valores britânicos e pluralistas são superiores a tudo o que os pregadores e apoiantes do ódio possam oferecer.

A primeira-ministra pede que não se dê "um espaço seguro" a terroristas, sobretudo na Internet, propondo maior colaboração internacional para controlar o extremismo online. May considera ainda que é tempo de rever a estratégia de contraterrorismo do país, assim como a legislação, deixando como sugestão penas mais longas para determinados crimes.

Como "sinal de respeito", diz May, as campanhas eleitorais foram suspensas, mas serão retomadas amanhã e, garante a primeira-ministra, as eleições de 8 de junho vão decorrer como planeado. "Não podemos permitir que a violência perturbe o processo democrático, então as campanhas serão retomadas amanhã em pleno e a eleição geral vai acontecer como planeado na quinta-feira", disse.

Em conferência de imprensa na sua residência oficial, em Downing Street, a chefe do Governo britânico manifestou ainda a solidariedade com as famílias das vítimas.

Este sábado, 3 de junho, ocorreram pelo menos três incidentes em diferentes pontos de Londres: um atropelamento na London Bridge, apunhalamentos em Borough Market e um incidente em Vauxhall. Os acontecimentos de London Bridge e Borough Market foram considerados atos de terrorismo, enquanto o de Vauxhall foi declarado não relacionado com as outras duas ocorrências.

A polícia explicou que foi notificada às 22:08 de sábado que um veículo atingiu peões na London Bridge, continuando depois para Borough Market. “Os suspeitos deixaram então o veículo e várias pessoas foram esfaqueadas”, indicava o comunicado. O balanço mais recente dá conta de sete vítimas mortais e pelo menos 48 feridos. Os três atacantes envolvidos nestes atos terroristas foram abatidos pelas autoridades.

Este incidente deixa o Reino Unido novamente em alerta, depois de a 22 de maio, na cidade de Manchester, um britânico de origem líbia de 22 anos, se ter feito explodir à saída de um concerto da artista norte-americana Ariana Grande, matando 22 pessoas e ferindo 75 outras, muitas das quais crianças e jovens.

O atentado, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, foi o mais mortífero no Reino Unido desde os ataques aos transportes de Londres em 2005, que causaram 52 mortos.

Também em 2017, a 22 de março, um homem numa viatura varreu dezenas de pessoas na ponte de Westminster, esfaqueado posteriormente um agente policial que estava de serviço nas imediações do Parlamento. Cinco pessoas morreram na sequência do ataque.

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