“[…] Os trabalhadores da CP [Comboios de Portugal] e IP [Infraestruturas de Portugal] irão realizar uma greve de 24 horas, no dia 8 de outubro”, anunciaram, em comunicado, os órgãos representativos.
Em causa está o aumento dos salários de todos os trabalhadores, que tenha em conta a atualização do salário mínimo nacional, bem como a “responsabilidade e conhecimento profissional exigidos”.
No documento, os representantes dos trabalhadores lembram que, após anos de congelamento, as atualizações salariais foram “insuficientes” e não acompanharam o crescimento do salário mínimo nacional.
Assim, existem categorias profissionais nas duas empresas que em 2000 tinham como salário base da sua carreira um valor de 185% do salário mínimo nacional, enquanto no topo da carreira essa relação era de 235%, quando hoje é de, respetivamente, 118% e 153%.
“Desde 2015, o salário mínimo nacional teve um aumento de 145,83 euros, não se verificando a devida atualização salarial nestas empresas, originando que os salários praticados nestas empresas fiquem cada vez mais próximos do salário mínimo nacional. Esta situação não se altera com a falta de negociação ou de imposição de propostas que se traduzem, nalguns casos, em atualizações de um euro mês”, apontaram.
Por outro lado, reivindicam a admissão de trabalhadores em falta, vincando que a autorização para a contratação de um trabalhador por cada que vai para a reforma não basta para repor os quadros e manter o serviço.
Para os trabalhadores da CP e da IP, a modernização do setor exige “medidas efetivas de investimento”, notando que na CP não há pessoal para assegurar a oferta e que na IP a conservação e manutenção da via férrea tem sido entregue a empreiteiros, com encarecimento de toda a operação.
Na base da greve está ainda o pedido de harmonização das condições de trabalho, após as fusões da CP com a EMEF e da REFER com a E.P..
Os trabalhadores querem também a revisão do acordo da empresa (AE) e do regulamento de carreiras na CP, bem como a certificação dos trabalhadores ferroviários.
O documento é assinado pela Associação Sindical Chefias Intermédias Exploração Ferroviária (ASCEF), Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial (Assifeco), comissões de trabalhadores da CP e IP, Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações/ Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (Fectrans/SNTSF), Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNTSFPS), Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB) e pelo Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA).
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