A decisão foi tomada durante um plenário de trabalhadores, realizado esta tarde, não estando para já estabelecido os dias em que ocorrerá a paralisação, segundo adiantou à Lusa o dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), Paulo Lopes.
“Os trabalhadores estão disponíveis para continuar a luta e deram autorização aos sindicatos para marcarem, assim que acharem correto, cinco dias de paralisação nos moldes que têm ocorrido nestes dias todos (três horas por cada turno)”, explicou, acrescentando que a definição dos cinco dias de greve será feita na segunda-feira.
Também hoje os trabalhadores da Soflusa (com uma administração comum com a Transtejo) realizaram um plenário, mas decidiram aceitar a “última proposta” da administração, de integrar no salário 75% de um subsídio que já recebiam.
Paulo Lopes salientou que o subsídio já era recebido pelos trabalhadores, mas agora passa a integrar o salário base e “desaparece como subsídio”, salientando que irá ter um “reflexo no valor da hora” de trabalho.
Questionado pela Lusa pelos motivos que levaram os cerca de 250 trabalhadores da Transtejo a não aceitar o acordo, o sindicalista respondeu apenas que foi por “uma questão de dignidade”.
“Os trabalhadores da Transtejo decidiram com muita dignidade, porque a última coisa que lhes tiravam era a dignidade”, sublinhou.
Os trabalhadores da Transtejo, juntamente com os da Soflusa, fizeram várias greves parciais durante este ano, a última das quais em 21 de setembro, devido a falhas nas negociações salariais entre a administração da empresa e os sindicatos, tendo o Ministério do Ambiente reunido igualmente com os sindicatos na tentativa de desbloquear a situação.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
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