Em declarações à Lusa, Paulo Lopes, sindicalista da FECTRANS - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, explicou que na reunião de hoje com a administração da empresa, e conforme o que tinha sido decidido em plenário de trabalhadores da semana passada, foi entregue um pré-aviso tendo em conta que não houve mudança de posição.
Em 28 de abril, os trabalhadores da Transtejo/Soflusa concordaram em fazer “paralisações de três horas” por turno a partir de 20 de maio, caso não houvesse respostas às reivindicações salariais na reunião com a administração que teve hoje lugar.
De acordo com o sindicalista, a greve irá “na prática, fazer paragens em todos os turnos”, salientando que “praticamente não haverá barcos” nas ligações fluviais entre a Margem Sul e Lisboa.
Paulo Lopes adiantou ainda que no caso da Soflusa, o pré-aviso de greve é de duas horas por turno, tendo em conta os horários praticados.
“Nós sabemos que a empresa até tem vontade de negociar, mas não tem autorização por parte do Governo. Não estamos a tomar a atitude contra a empresa, mas o Governo não lhe deu autorização para apresentarem valores de aumentos salariais”, frisou.
Em declarações anteriores à Lusa, o sindicalista da FECTRANS já tinha explicado que os trabalhadores estão descontentes, já que os aumentos salariais que ocorreram no ano passado foram “baixíssimos, cerca de 0,3%, o que valeu um euro em muitos casos”.
Numa nota enviada à Lusa aquando do último plenário de trabalhadores, a Transtejo/Soflusa reconheceu que apresentou “uma proposta salarial, para 2021, em linha com a atualização definida para a administração pública”.
A Lusa questionou a empresa acerca de transportes alternativos para o dia da greve, mas não obteve ainda resposta.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
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