“O BCE tem um problema, porque não cumpriu a sua missão sobre a inflação. Em vez de a controlar nos 2%, acabamos com uma taxa que ultrapassa os 10%”, começou por apontar o vice-presidente do sindicato, Carlos Bowles.
O dirigente sindical ressalvou que, “ao mesmo tempo, a instituição não quer saber nada sobre a indexação salarial, quer dos seus trabalhadores, quer dos trabalhadores em geral da zona euro, e não quer negociar nada da sua proposta de aumento”, que o sindicato considera “insuficiente”.
“Não se exclui uma greve a longo prazo, mas depois de outras formas de protestos”, advertiu o sindicalista.
A gestão do banco central propõe um aumento de 4,07% em janeiro, uma taxa inferior à inflação registada em outubro na zona euro (10,6%).
Os empregados já tinham sido aumentados em 1,5% neste ano.
Carlos Bowles sublinhou que “os trabalhadores perderam 6% do poder de compra em dois anos”, em 2021 e 2022.
Em comunicado enviado à AFP, o BCE reagiu dizendo que “procede a uma revisão anual e regular dos vencimentos que segue uma metodologia predefinida”.
Segundo o banco central, aquela metodologia “reflete a dinâmica salarial das instituições de referência, nomeadamente dos 19 bancos centrais nacionais da zona euro, da Comissão Europeia” e de outras instituições europeias, especificando que esta “revisão” se aplica a “todo o pessoal” .
“Não se exclui uma greve a longo prazo, mas depois de outras formas de protestos que possam intervir”, adverte o sindicalista.
Os funcionários do BCE fizeram uma greve em 2009, para protestar contra a reforma do sistema previdenciário.
Comentários