“Trata-se de uma reivindicação conjunta porque chegamos à conclusão de que em todos os ‘call centers’, as situações são convergentes. Todos pagam o salário mínimo nacional, em nenhum houve atualização do subsídio de refeição. O tipo de trabalho e de contrato, os problemas são transversais a todos os ‘call centers’. Achamos que todos unidos somos mais fortes”, afirmou a dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav) Catarina Caetano.
Os trabalhadores deslocaram-se posteriormente para a Biblioteca Municipal António Salvado, em Castelo Branco, onde realizaram um plenário, que culminou com a aprovação de uma resolução reivindicando “o aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores, em pelo menos 15% com um mínimo de 150 euros e o aumento do salário mínimo para 1.000 euros este ano”.
Exigem ainda a redução do horário para as 35 horas semanais para todos, sem redução de salário, adaptabilidades, bancos de horas e a valorização das carreiras e profissões, através da contratação coletiva.
Segundo o Sinttev, o aumento do subsídio de alimentação nunca foi atualizado nos ‘Contact Centers’ da Altice, da Intelcia e da Reditus em Castelo Branco.
Carina Caetano salientou ainda que esta concentração seguida de plenário pretende alertar o governo para a situação de precariedade a que os trabalhadores estão sujeitos.
“Queremos também alertar e apelar aos órgãos autárquicos, que são responsáveis para ceder os edifícios a estas empresas, a custo zero. Queremos chamar a atenção que isto não é forma de tratar os trabalhadores. Não é este tipo de mão-de-obra que queremos para a nossa cidade [Castelo Branco], mão-de-obra precária, mal paga. Penso que não é assim que vão desenvolver o interior”, sustentou.
A sindicalista explicou também que esta ação tem ainda como objetivo “dar a conhecer os problemas que se passam na nossa cidade [Castelo Branco], em particular nos ‘call centers’.
“Estamos a falar de empresas multinacionais e até de serviços que pertencem ao Estado. Os trabalhadores sentem que estão a ser explorados. Consideramos que está na hora de nos unirmos e lutarmos todos pelo mesmo. Neste setor, com mais de 100 mil trabalhadores, não há uma contratação coletiva. Não há um instrumento de regulamentação que possa proteger os trabalhadores ou que possa abrir porta para a negociação de melhores condições de trabalho”, concluiu.
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