Num balanço realizado às 11:00, o comandante operacional distrital Richard Marques disse que existiam àquela hora “três pontos quentes” a preocupar as autoridades: a frente este, junto à A2, que é a prioridade das forças de segurança, a zona da Carrapateira e a área da “cauda” do incêndio.

“A GNR mantém uma monitorização permanente e uma capacidade imediata […]. Sabemos que isto é um perímetro bastante abrangente, portanto, vamos ter reativações e em qualquer momento esta via [A2] pode voltar a ser cortada”, referiu.

Em conferência de imprensa, realizada junto ao posto de comando operacional, Richard Marques adiantou que os meios aéreos e terrestres estão sobretudo, agora, concentrados na zona junto à A2, que liga o Algarve a Lisboa.

Já a zona da “cauda” do incêndio vai ser alvo de ações com ferramentas manuais, pois devido à dificuldades de acessibilidade não foi possível operar com máquinas de rasto nessa área, precisou.

“Vamos manter no terreno todo o dispositivo, sabemos que o dia de hoje vai proporcionar um quadro meteorológico muito semelhante àquilo que vivemos nas últimas 24 horas, até com alguma intensificação do vento”, referiu, acrescentando que o vento poderá alcançar, segundo previsões, os 40 quilómetros por hora.

No seu pico, o fogo, que deflagrou às 13:13 de segunda-feira perto da localidade de Fica Bem, teve uma velocidade de propagação de 2.400 metros por hora, o que é “muito acima daquilo que é a progressão de um incêndio num contexto normal”, pelo que se tratou de um incêndio “excecional”.

Segundo o comandante operacional distrital, não vai ser retirado qualquer meio do dispositivo instalado no local, que às 12:00 envolvia 574 operacionais, apoiados por 201 veículos e seis meios aéreos, segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Richard Marques precisou ainda que a área afetada pelo incêndio não ardeu nas últimas três décadas, o que fez com que assumisse um perímetro extenso.

No entanto, apesar de as previsões apontarem para uma área provável afetada de seis mil hectares, a área atingida pelas chamas “ficou-se por um quarto dessa área”, embora ainda não tenha sido calculada a área de afetação total do incêndio.

O incêndio, dominado cerca das 09:00 de hoje, causou dois feridos ligeiros, um bombeiro e um profissional da Afocelca - estrutura profissional de apoio ao combate aos incêndios -, que sofreram de “exaustão” e “rapidamente recuperaram”, tendo sido transportados para o Hospital de Portimão.

No local, foram ainda assistidas duas pessoas - um bombeiro e um operador de máquinas de rasto -, pelos profissionais do dispositivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Cruz Vermelha montado no local.

O incêndio obrigou também à retirada preventivamente das suas habitações de 82 pessoas, que na sua maioria foram para casas de familiares.

Destas, cinco pessoas foram acolhidas na zona de apoio à população instalada na Escola Básica de Messines, e uma pessoa, que estava acamada, em recuperação de uma cirurgia, foi acolhida na Santa casa da Misericórdia de Silves.

Uma parte não especificada das pessoas retiradas de casa já voltou às suas habitações.

O incêndio que deflagrou na segunda-feira às 13:13 na freguesia de São Marcos da Serra, no concelho de Silves, distrito de Faro, entrou em fase de resolução às 09:00, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operação de Socorro (CDOS).

As chamas obrigaram ao corte de tráfego, durante várias horas, nos troços entre Ourique (Beja) e São Bartolomeu de Messines (Faro) da Autoestrada do Sul (A2) e do Itinerário Complementar (IC) 1, entretanto já reabertos à circulação.