No memorando de preparação da visita, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o Conselho de Ilha, organismo consultivo que integra autarcas e representantes dos sindicatos, associações empresariais e outras entidades ligadas ao ambiente, pescas ou agricultura, insiste na necessidade de um voo direto para São Miguel.
O documento defende, ainda, o ajustamento do “horário, frequência e barcos” da Atlânticoline, empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas, às necessidades locais e enumera diversas vias a necessitar de reparação.
O Conselho de Ilha da Graciosa quer, por outro lado, o apoio do Governo Regional, presidido por Vasco Cordeiro, “para o problema da água”, considerando ser “urgente estudar o projeto que vise a dessalinização da água extraída dos furos”.
À agência Lusa, o presidente deste organismo, Carlos Brum, destacou que este é “um dos problemas graves” da Graciosa.
“De facto, a Graciosa não tem nascentes, é uma ilha que historicamente sempre viveu com problemas com a água e, neste momento, a água que é recolhida nos furos já vem com sal”, declarou, referindo que a situação “começa a ser alarmante”.
Carlos Brum adiantou que “esta é água que é utilizada como água potável” e, também, na agricultura.
Os conselheiros apontam, igualmente, “a necessidade de abertura de vagas em alguns serviços da ilha da Graciosa em que houve funcionários reformados, abrindo, desta forma, possibilidade dos jovens da ilha obterem emprego”.
Para Carlos Brum, está a assistir-se a “uma saída massiva de jovens que não encontram soluções de emprego na ilha”, destacando que a Graciosa, com 4.391 habitantes segundo os Censos de 2011, não está “a conseguir fixar a população”, pelo que teme que num curto prazo de tempo “perca quase metade da população”.
Já ao nível da saúde, o Conselho de Ilha pede a resolução da questão da deslocação de especialistas, que não está a ser cumprida, e assinala que estão a ser ultrapassados os tempos máximos garantidos em listas de espera para cirurgias.
No âmbito do turismo, este organismo quer saber o ponto de situação das obras de recuperação das termas do Carapacho, estância termal do século XIX situada junto ao mar, e que eventual plano de promoção o executivo açoriano pretende fazer do espaço.
As visitas estatutárias são uma imposição do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Este determina que o executivo regional deve visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano e que o Conselho do Governo reúna na ilha visitada.
A ilha Graciosa é a segunda ilha mais pequena dos Açores, depois do Corvo, e uma das cinco que compõem o grupo central do arquipélago, onde se incluem Terceira, São Jorge, Pico e Faial.
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