Os irmãos Ahmet e Mehmet Altan, assim como a jornalista Nazli Ilicak, que negaram durante todo o processo qualquer envolvimento nesse episódio, foram condenados juntamente com outras três pessoas por "tentativa de subverter a ordem constitucional", indicou a agência de notícias estatal Anadolu.

Os seis acusados foram declarados culpados de estarem vinculados com a tentativa de golpe que sacudiu a Turquia na noite de 15 para 16 de julho de 2016, detalhou a mesma agência.

Altan e Ilicak foram acusados de enviar "mensagens subliminares" na véspera do golpe fracassado, acusação que rejeitaram e qualificaram de "absurda".

Desde o frustrado golpe de Estado, as autoridades turcas perseguem os que suspeitam ser partidários do clérigo Fethullah Gülen, a quem o governo de Ancara acusa de ter promovido a tentativa.

Este julgamento reavivou as preocupações sobre a liberdade de imprensa no país, mas também sobre a independência do poder judicial.

No mês passado, um tribunal turco rejeitou a libertação de Mehmet Altan apesar de uma sentença do Tribunal Constitucional que considerou a sua prisão uma "violação" dos seus direitos.

Durante uma viagem esta sexta a Ancara, Thorbjorn Jagland, secretário-geral do Conselho da Europa, de que a Turquia faz parte, insistiu no caráter "obrigatório" das decisões do Tribunal Constitucional.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), por sua vez, criticou "um dia obscuro" para a liberdade de imprensa na Turquia após a decisão do tribunal nesta sexta-feira.

Com esta condenação, "a Justiça turca e o poder que a controla ridicularizam-se aos olhos de todo o mundo", afirmou no Twitter Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

Mehmet Altan, de 65 anos, é autor de várias obras políticas, e o irmão Ahmet, jornalista e romancista de 67 anos, fundou o jornal opositor 'Taraf'.

Ilicak, jornalista e escritora de 73 anos, trabalhou até 2013 para o jornal do governo 'Sabah'.

As autoridades turcas acusam os irmãos Altan e Ilicak de integrarem o "braço mediático" do movimento do clérigo Gülen, o qual Ancara qualifica de "organização terrorista".

A Turquia ocupa a 155.ª posição de um total de 180 países na classificação sobre a situação da liberdade de imprensa elaborada pela RSF.

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