Os advogados de defesa do cardeal, que foi até dezembro a terceira figura do Vaticano, chegaram a ponderar pedir ao tribunal para manter o seu cliente em liberdade enquanto aguardava pelo recurso, mas, segundo a agência France-Presse (AFP), abandonaram essas pretensões.

George Pell é o clérigo com o cargo mais elevado de sempre no Vaticano a ser condenado pelo abuso sexual de menores, tendo desempenhado funções de conselheiro económico do papa Francisco e de ministro da Economia do Vaticano.

O veredicto que foi dado pelo tribunal australiano em dezembro só agora foi tornado público, devido a impedimento legais.

De acordo com a agência Associated Press (AP), o cardeal, agora com 77 anos, mas com 55 no momento dos factos pelos quais foi condenado, enfrenta uma pena de prisão máxima de 50 anos.

O júri condenou o clérigo por pedofilia, considerando-o culpado de ter abusado de dois rapazes de 13 anos, que pertenciam ao coro da igreja, e que foram apanhados pelo cardeal a beber vinho sacramental numa sala nas traseiras da St. Patrick’s Cathedral, em Melbourne, quando era arcebispo, tendo os abusos decorrido na sequência desse momento.

O tribunal, que apenas ouviu uma das vítimas, uma vez que a outra morreu há alguns anos, considerou provado que o cardeal forçou os rapazes a atos indecentes.

O julgamento, as acusações específicas, o testemunho e quase todos os outros detalhes envolvendo as acusações contra o cardeal de 77 anos não puderam ser divulgados por decisão do tribunal, que proibiu a imprensa australiana de noticiar.

O julgamento foi realizado perante o juiz Peter Kidd, do Tribunal de Comarca do Estado de Victoria.

Desde agosto de 2017 que o cardeal australiano, a terceira figura do Vaticano, enfrenta um processo por supostos crimes sexuais contra menores.