Oito militantes turcos dos direitos humanos, incluindo a diretora da AI para a Turquia, Idil Eser, foram detidos a 5 de julho, juntamento com dois formadores – um sueco e outro alemão.
“Seis deles foram colocados em detenção e quatro foram libertados e ficaram sob controlo judicial”, disse à agência noticiosa France Presse (AFP) Andrew Gardner, investigador especialista da Turquia na AI.
"Eles são acusados de cometer um crime em nome de uma organização terrorista, sem fazerem parte” da mesma, acrescentou.
A expressão “organização terrorista” é uma designação frequentemente usada pelas autoridades turcas para designar os apoiantes do religioso Fethullah Gülen, acusado de planear o golpe falhado de 15 de julho de 2016, ou os separatistas curdos do PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ilegalizado].
Os dois formadores estrangeiros, que estavam na Turquia para um seminário, figuram entre os detidos.
"Foi um 'workshop' de rotina sobre direitos humanos, o tipo de 'workshop' que se realiza na Turquia, em todo o mundo", explicou Gardner antes da decisão judicial.
O mesmo responsável tinha advertido que manter detidos os militantes dos direitos humanos era uma “farsa da justiça”.
Na segunta-feira, os dez ativistas foram presentes, pela primeira vez desde que foram detidos a 05 de julho, a um procurador.
Estas detenções tiveram lugar num contexto de purgas maciças desde a tentativa de golpe de Estado. Mais de 50.000 pessoas, incluindo os adversários do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, membros de organizações não-governamentais e jornalistas foram detidas.
Não é claro qual a organização terrorista que os ativistas são acusados de ajudar.
Na semana passada, Erdogan acusou publicamente os ativistas detidos de realizarem atividades que se inscrevem “na continuidade do (golpe de) 15 de julho”.
As interpelações dos ativistas dos direitos humanos suscitaram preocupação por parte dos parceiros ocidentais de Ancara.
O Conselho da Europa, do qual faz parte a Turquia, exigiu a “libertação imediata” dos ativistas.
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