O Tribunal Distrital de Preobrazhensky, em Moscovo, considerou Oleg Navalny culpado de incitação à violação das regras sanitárias e sentenciou-o a uma pena suspensa de um ano de prisão.

As manifestações e outras reuniões foram proibidas na Rússia durante a pandemia.

Vários outros colaboradores e apoiantes de Alexei Navalny enfrentaram as mesmas acusações num processo criminal polémico que as autoridades russas lançaram depois dos protestos contra a prisão do líder da oposição, em janeiro deste ano.

Terça-feira, face às mesmas acusações, o principal aliado de Navalny, Lyubov Sobol, foi condenado a uma pena de prisão de ano e meio, saindo, porém, sob liberdade condicional.

Navalny, um dos mais importantes críticos do Presidente russo, Vladimir Putin, foi preso em janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses em convalescença após um envenenamento por agente nervoso que atribui ao Kremlin, acusação rejeitada pelas autoridades locais.

Em fevereiro, Navalny foi condenado a cumprir dois anos e meio de prisão por violar os termos de uma pena suspensa de uma condenação por peculato datada de 2014, que o opositor considerou ter por trás motivações políticas.

No mesmo caso, Oleg Navalny foi condenado a três anos e meio de prisão, também com pena suspensa, o que foi visto como uma tentativa de pressionar o irmão.

A detenção e posterior prisão de Alexei Navalny gerou uma grande onda de protestos, criando o que parecia ser um grande desafio para o Kremlin.

No entanto, as autoridades russas responderam com um grande número de detenções de manifestantes e de processos criminais contra os colaboradores mais próximos de Alexei Navalny.

Em junho passado, um tribunal considerou como ”organizações extremistas” a Fundação Navalny de Combate à Corrupção e uma rede da sua sede regional, decisão que proibiu pessoas associadas aos grupos de ocupar cargos públicos e os submeteu a longas penas de prisão.

Um mês depois, em julho, as autoridades russas bloquearam cerca de 50 portais administrados pela equipa de Navalny ou pelos seus apoiantes por supostamente disseminarem propaganda de grupos extremistas, pedindo ainda à rede social Twitter para encerrar a conta de Sobol.

Os colaboradores de Navalny consideram as medidas como parte dos esforços do Kremlin para sufocar a dissidência antes das eleições legislativas de 19 de setembro na Rússia, que é amplamente vista como uma parte importante dos esforços de Putin para consolidar o seu Governo antes das presidenciais de 2024.

Em 2020, o Presidente russo, de 68 anos, no poder há mais de duas décadas, promoveu mudanças constitucionais que lhe permitem, potencialmente, manter o poder até 2036.

Com a aproximação das eleições de setembro, apoiantes da oposição, jornalistas independentes e ativistas de direitos humanos na Rússia estão a enfrentar uma pressão cada vez maior do Governo.

As autoridades russas declararam vários meios de comunicação independentes e jornalistas como “agentes estrangeiros”, um rótulo que implica um escrutínio governamental adicional e que carrega fortes conotações pejorativas para desacreditar os visados.

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