“A situação na linha da frente estabilizou, os principais esforços das nossas tropas estão concentrados em completar a libertação do território da República Popular de Donetsk” pelos separatistas pró-russos, disse Guerassimov, citado pela agência francesa AFP.

Guerassimov disse que a linha da frente com as forças ucranianas tem atualmente 815 quilómetros de extensão.

Referiu também que as suas forças atingiram mais de 1.300 “alvos críticos” na Ucrânia, o que “reduziu significativamente o potencial de combate das forças armadas ucranianas”.

Guerassimov saudou a utilização “pela primeira vez em condições de combate” de armas hipersónicas russas, como os mísseis Kinzhal.

“Grupos de tropas das Forças Armadas russas intensificaram as hostilidades, infligindo danos irreparáveis ao inimigo em efetivos e equipamento. Assumiram o controlo de cinco vezes mais território da Ucrânia do que as repúblicas populares de Lugansk e Donetsk anteriormente ocupadas”, afirmou ainda, citado pela agência oficial russa TASS.

Desde uma série de recuos militares russos no nordeste e sul da Ucrânia entre setembro e princípios de novembro, a maior parte dos combates está atualmente concentrada no leste, particularmente na cidade de Bakhmut (Donetsk), que as tropas de Moscovo têm tentado capturar desde o verão.

Confrontada com os seus reveses, a Rússia optou, desde outubro, por uma tática de bombardeamento das infraestruturas energéticas ucranianas, causando regularmente cortes de energia e de água em várias zonas do país.

Depois de ter recebido armamento dos seus aliados ocidentais, a Ucrânia lançou uma contraofensiva que lhe permitiu recuperar parte do território que estava sob controlo russo.

Em 30 de setembro, a Rússia anunciou a anexação de Donetsk e Lugansk, as duas regiões que constituem o Donbass.

Separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, apoiados por Moscovo, estão em guerra com Kiev desde 2014.

Dias antes da invasão da Ucrânia, a Rússia reconheceu a independência dos separatistas do Donbass e usou um pedido de auxílio das duas autoproclamadas repúblicas populares como uma das justificações para lançar a operação militar, em 24 de fevereiro deste ano.

Além de Donetsk e Lugansk, Moscovo anunciou também a anexação das regiões de Kherson e de Zaporijia, onde se situa a maior central nuclear da Europa.

O anúncio das anexações, não reconhecidas por Kiev nem pela generalidade da comunidade internacional, foi feito apesar de as tropas russas controlarem apenas parte de cada uma das quatro regiões.

A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.