"Hoje vou ordenar a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde (OMS) enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus", disse Donald Trump aos jornalistas na Casa Branca, em Washington.

O Presidente norte-americano já tinha ameaçado, na semana passada, suspender esta contribuição financeira para a OMS, acusando a organização de ser demasiado "pró-chinesa", nas decisões que toma no combate à pandemia.

Donald Trump advogou que se a OMS "tivesse feito o seu trabalho e enviado especialistas médicos para a China", para averiguar a "situação no local", a pandemia poderia "ter sido contida na fonte com pouquíssimas mortes".

"Todos sabem o que se passa lá [na Organização Mundial da Saúde]", referiu ainda segundo o The New York Times (NYT). O jornal acrescenta que Trump culpa a organização por aquilo que o próprio descreveu como "uma decisão desastrosa de se opor às restrições das viagens da China e de outras nações".

Escreve o NYT que Trump tem repetido várias vezes que a sua decisão de impor restrições às viagens provenientes da China é uma prova de que respondeu atempadamente aos avisos sobre a seriedade do coronavírus. É, aliás, uma decisão que o presidente norte-americano considera que "salvou milhares e milhares de vidas", mas que ainda assim a OMS "lutou contra nós".

De acordo com o The Guardian, indicou ainda que existe informação "credível" desde dezembro sobre a suspeita de transmissão de humanos para humanos e a Organização Mundial de Saúde não atuou da melhor forma. "Tanta morte tem sido causada pelos seus erros", disse.

O jornal britânico diz que Trump também teceu comentários sobre Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Não conheço o cavalheiro, mas sei que tem havido problemas", reiterou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os Estados Unidos, que registaram sua primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, são atualmente o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 24.737 mortes para 592.743 casos. Pelo menos 44.364 pacientes foram declarados curados.