Trump citou uma "urgência nacional" na sua medida contra a aplicação de vídeos, acusado pelo mandatário, sem provas, de espiar os utilizadores americanos para Pequim, num contexto de tensões comerciais e políticas entre os Estados Unidos e o gigante asiático.

Na segunda-feira, Trump aceitou a possibilidade de o TikTok ser comprado por um grupo americano, mas a transação terá de acontecer antes de 15 de setembro, data em que a plataforma será proibida. A Microsoft está em negociações com a ByteDance para adquirir as operações da rede social nos Estados Unidos.

Em caso de aquisição do serviço, a Microsoft prometeu “uma revisão de segurança completa” e a entrega dos “benefícios económicos apropriados” aos Estados Unidos, procurando garantir que “todos os dados privados dos utilizadores norte-americanos do TikTok” sejam transferidos e permaneçam no país.

A proibição também atinge a plataforma WeChat, que pertence ao gigante chinês Tencent.

"Como o TikTok, o WeChat captura automaticamente vastas faixas de informação dos utilizadores, ameaçando assim dar ao Partido Comunista Chinês acesso a informações pessoais dos americanos", diz o decreto.

Desenvolvida pela ByteDance, empresa sediada em Pequim, o TikTok é uma rede social que se distingue pelos vídeos curtos e pela sua partilha, com grande sucesso entre o público adolescente e cerca de mil milhões de utilizadores em todo o mundo, mas que suscita dúvidas quanto à segurança dos dados de utilizadores e vínculos com o Partido Comunista Chinês.

Além da guerra comercial entre os dois países, a tensão entre os EUA e a China aumentou nos últimos meses, alimentada pela pandemia de covid-19, levando mesmo ao fecho de consulados.

Washington e Pequim estão a viver um dos momentos mais críticos desde que os dois países estabeleceram relações em 1979.