"Acho que seria muito difícil chegar a um acordo se houver violência, (...) se for outra Praça Tiananmen", disse Trump aos jornalistas, em Nova Jersey.

Em 1989, o exército chinês matou um número indeterminado de estudantes que defendiam um movimento pró-democracia, na Praça de Tiananmen, em Pequim.

"Acho que seria muito difícil se houvesse violência", reforçou o presidente norte-americano.

As manifestações em Hong Kong duram há mais de dois meses e a China elevou o tom recentemente, gerando receios de forte uma repressão.

Donald Trump fez esta declaração no mesmo dia em que o seu principal conselheiro económico, Larry Kudlow, disse que Washington e Pequim estão a tentar ativamente retomar as negociações para acabar com a guerra comercial entre os dois países.

Manifestantes protestaram hoje à frente da sede do parlamento de Hong Kong, após uma marcha que estava proibida pelas autoridades, gritando palavras de ordem e apontando ‘lasers’ à polícia antimotim posicionada no terraço do edifício.

De acordo com o movimento pró democracia que tem liderado os grandes protestos contra a lei da extradição, desde o início de junho, mais de 1,7 milhões de pessoas participaram no protesto.

Em 16 de agosto, um jornal oficial do Partido Comunista Chinês afirmou que se o exército intervier em Hong Kong não se irá repetir o massacre de Tiananmen, há 30 anos, em que os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos iniciados por estudantes da Universidade de Pequim.

Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista, advertiu que "Pequim não decidiu ainda intervir pela força para reprimir os protestos em Hong Kong, mas esta opção está claramente em cima da mesa".