“É um plano excelente”, declarou Trump aos jornalistas a bordo do avião presidencial, quando se dirigia para um comício do Partido Republicano na Florida.
O plano de paz está a ser elaborado, com o maior segredo, desde a primavera de 2017 e a sua divulgação já foi adiada por diversas vezes, considerando-o os palestinianos um nado-morto.
A sua componente económica foi apresentada em junho de 2019 no Bahrein: 50 mil milhões de dólares (cerca de 45 mil milhões de euros) em investimentos internacionais nos territórios palestinianos e nos países vizinhos ao longo de 10 anos.
Mas os dirigentes palestinianos, que recusam discutir com a administração Trump desde que o presidente norte-americano reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, rejeitaram antecipadamente o plano que se suspeita acabará com a solução de dois Estados, até agora privilegiada pela comunidade internacional.
Trump felicitou-se por Netanyahu e Gantz terem aceitado o convite para se deslocarem à Casa Branca quando estão em campanha para as legislativas israelitas de 2 de março, as terceiras em menos de um ano.
“Vêm os dois candidatos, não tem precedentes”, sublinhou.
Segundo a Casa Branca, Benjamin Netanyahu é esperado em Washington na terça-feira, quando os deputados israelitas devem começar a discutir o pedido de imunidade do chefe de governo acusado em três casos de corrupção.
Interrogado sobre eventuais contactos entre a sua administração e os palestinianos, Trump foi evasivo. “Falámos brevemente com eles”, disse sem mais pormenores.
“Tenho a certeza que podem reagir negativamente no início, mas na realidade é muito positivo para eles”, adiantou.
A Autoridade Nacional Palestiniana recusou na quinta-feira a iniciativa promovida pelos Estados Unidos de reunirem com o primeiro-ministro israelita e o opositor político deste para que sejam retomadas as conversações de paz com os palestinianos.
“Advertimos contra qualquer projeto norte-americano que viole o direto internacional”, afirmou em comunicado o porta-voz da Autoridade Nacional Palestiniana, Nabil Abu Rudeina, citado pela agência France-Presse.
“Rejeitamos absolutamente o que a administração Trump alcançou até agora… A nossa posição é clara: Israel deve acabar com a ocupação das terras palestinianas em vigor desde 1967″, adiantou Rudeina.
A colonização israelita da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém Oriental anexado realiza-se desde aquela data, mas acelerou nos últimos anos sob o impulso de Netanyahu e do seu aliado em Washington.
Além disso, em março de 2019 Trump declarou-se favorável a um reconhecimento da soberania de Israel sobre a zona dos montes Golã, grande parte da qual foi conquistada à Síria em 1967 e cuja anexação em 1981 não foi reconhecida pela comunidade internacional.
Em novembro foi o secretário de Estado, Mike Pompeo, a anunciar que os Estados Unidos deixavam de considerar os colonatos israelitas na Cisjordânia contrários ao direito internacional, embora a ONU e uma grande parte da comunidade internacional os considere ilegais.
Comentários