À procura da reeleição no próximo dia 03 de novembro, o atual Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, prometeu hoje conduzir um país cansado e temeroso “de regresso à normalidade", tentando contornar os danos políticos que a atual pandemia do novo coronavírus suscitou na sua estratégia eleitoral.
Já o candidato democrata Joe Biden comprometeu-se a ser franco para com os norte-americanos sobre “os dias difíceis” que ainda estão por vir após a eleição da próxima terça-feira e apelou à união.
De forma inevitável, a campanha das presidenciais norte-americanas tem sido dominada pela pandemia da doença covid-19, numa altura em que o país, o mais afetado em termos absolutos à escala mundial, já ultrapassou os nove milhões de infetados e registou mais 229 mil mortes.
Trump e Biden dedicaram o dia de hoje à região do ‘Midwest’, a zona do país mais atingida pela mais recente vaga de novos casos da doença covid-19.
Trump esteve no Estado do Michigan, enquanto Biden passou pelo Iowa, antes de seguirem para Wisconsin e Minnesota.
Em 2016, Donald Trump conseguiu obter resultados surpreendentes nesta zona do país e o ‘Midwest’ foi então uma região-chave para a vitória do republicano.
A quatro dias das eleições, e numa altura em que mais de 83 milhões dos mais de 230 milhões de eleitores norte-americanos já votaram (por voto presencial antecipado e por voto por correspondência), o tempo está a esgotar-se para os dois candidatos e todos os esforços contam.
Diante de centenas de apoiantes reunidos num recinto ao ar livre, a maioria dos quais sem máscara, Donald Trump, de 74 anos, voltou a minimizar a gravidade da doença covid-19, da qual recuperou após três dias de hospitalização.
“Se ficarem infetados, ficarão melhores e ficarão imunes”, afirmou Trump, diante de uma multidão em Waterford Township, no Michigan.
"Queremos apenas um regresso à normalidade", acrescentou o candidato republicano, numa altura em que a atual crise sanitária abala fortemente a economia norte-americana, um dos principais trunfos eleitorais de Trump.
Do lado democrata, a primeira ação do dia foi em Des Moines, no Iowa, onde cerca de 300 veículos aguardavam numa espécie de parque de estacionamento o candidato Joe Biden, de 77 anos.
Cumprindo as regras de distanciamento, uma grande parte dos apoiantes ouviram Biden dentro ou junto dos respetivos carros.
Biden concentrou grande parte do seu discurso à pandemia, à estratégia seguida pela Casa Branca e pelos impactos locais da crise sanitária.
“A feira do Estado de Iowa foi cancelada pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial”, lembrou o democrata, reforçando que “Donald Trump desistiu” perante as dificuldades.
Depois criticou a conduta de Trump em relação ao pagamento de impostos.
“Não vai brincar mais com o sistema numa administração Biden. Vai começar a pagar”, garantiu o candidato democrata, que concluiu a intervenção com um apelo à união: “Nestes últimos dias, permaneçam fortes, permaneçam unidos, permaneçam otimistas”.
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