Durante 500 anos, os brasões reais dinamarqueses ostentaram três coroas, símbolo da União de Kalmar entre a Dinamarca, a Noruega e a Suécia, que foi liderada pela Dinamarca entre 1397 e 1523. São também um importante símbolo da vizinha Suécia.

Na nova versão, as coroas foram retiradas e substituídas por um urso polar e um carneiro mais proeminentes do que anteriormente, para simbolizar a Gronelândia e as Ilhas Faroé, respetivamente, refere o The Guardian.

A mudança surge numa altura de crescente tensão sobre a Gronelândia e as suas relações com a Dinamarca, que continua a controlar a sua política externa e de segurança.

Com isto, o rei Frederik fez uma clara declaração de intenções no sentido de manter o território dinamarquês autónomo e a antiga colónia no reino da Dinamarca.

A família real afirmou que o brasão, que é utilizado em documentos oficiais e selos e cujos elementos remontam ao século XII, “reforça a proeminência da comunidade”. As três coroas foram retiradas “por já não serem relevantes”.

As alterações foram efetuadas na sequência de uma recomendação de um comité nomeado a 14 de janeiro de 2024.

Na semana passada, no seu primeiro discurso de Ano Novo, o rei referiu a Gronelândia. “Estamos todos unidos e cada um de nós empenhado no reino da Dinamarca. Desde a minoria dinamarquesa em Schleswig do Sul - que até está situada fora do reino - até à Gronelândia. Pertencemos uns aos outros”.

Desde 1819, as armas reais foram alteradas três vezes, em 1903, 1948 e 1972. Mas as últimas alterações foram recebidas com choque em alguns setores, principalmente entre os historiadores.

Em dezembro, Trump afirmou na sua rede Truth Social que, “para efeitos de segurança nacional e liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América (EUA) consideram que a posse e o controlo da Gronelândia é uma necessidade absoluta”.

Trump cancelou uma visita à Dinamarca em 2019, após a sua oferta para comprar a Gronelândia ter sido rejeitada por Copenhaga.

A Gronelândia, a maior ilha do mundo, situa-se entre os oceanos Atlântico e Ártico, é quase totalmente coberta por uma camada de gelo e alberga uma grande base militar norte-americana.

O seu chefe de Governo, Múte Bourup Egede, afirmou que os últimos apelos de Trump seriam tão irrelevantes como os que fez no seu primeiro mandato.

“A Gronelândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não podemos perder a nossa luta de anos pela liberdade” disse Egede, num comunicado.

Quanto ao novo embaixador do país escandinavo, Trump destacou a sua experiência como cofundador do PayPal e do fundo de capital de risco Founders Fund e sublinhou que já havia “servido brilhantemente” como embaixador na Suécia durante o seu primeiro mandato.

“Ken fará um excelente trabalho em representação dos interesses dos Estados Unidos”, afirmou o magnata, referindo-se a Howery como um “empresário, investidor e funcionário público de renome mundial” que, na sua vida privada, “transformou a inovação e a liderança tecnológica norte-americanas em histórias de sucesso global”.