“Em vez de ordenar ações executivas, (Trump) deve dizer a Barr que faça o seu trabalho”, afirmou Pérez, durante uma videoconferência de imprensa, com jornalistas do Estado da Florida.
Trump assinou hoje um decreto que visa proporcionar incentivos financeiros aos departamentos da Polícia que melhorem a sua formação e normas sobre o uso da força.
Nesse sentido, Pérez realçou que o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA tem uma “ferramenta” muito poderosa na Divisão de Direitos Civis, a qual tem sido usada “de forma agressiva” contra a brutalidade policial, em investigações a departamentos de Polícia, como os de Los Angeles e New Orleans.
Pérez, que dirigiu esta divisão do DOJ entre 2009 e 2013, durante a presidência de Barack Obama (2009-2017), recordou que neste período houve pelo menos 25 investigações.
Entre outras, Pérez liderou a investigação a Joe Arpaio, na altura chefe da polícia do condado de Maricopa, no Estado do Arizona, que foi condenado por práticas e políticas discriminatórias em detenções de condutores latinos, se bem que tenha vindo a ser depois perdoado por Donald Trump.
As mudanças assinadas hoje por Trump são muito mais modestas do que pretendiam os ativistas nos protestos, que decorrem no país desde há três semanas, depois da morte do afro-americano George Floyd às mãos de um polícia branco.
Perez criticou o desaproveitamento da Divisão de Direitos Civis por parte do atual procurador-geral e do seu antecessor, Jeff Sessions, também nomeado por Trump.
Trump e Barr “recusam-se” a usá-la, enfatizou Pérez, realçando que grande parte da sua carreira foi nesta divisão judicial.
Incentivou também o trabalho com as comunidades, realçando que o êxito dos departamentos policiais depende em muito da confiança mútua.
Acompanhado de Terrie Rizzo, a presidente do Partido Democrata no Estado da Florida, e da congressista Val Demings, Pérez questionou “cinco anos” de promessas “não cumpridas” de Trump, desde que anunciou a sua campanha, em 16 de junho de 2015, na Torre Trump, em Nova Iorque.
Garantiu que o país enfrenta várias pandemias além da pandemia da covid-19, como a falta de um seguro de assistência na doença, a desigualdade económica e as injustiças raciais.
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