Donald Trump deverá encontrar-se com responsáveis na linha da frente do combate aos incêndios.

Na Califórnia, os incêndios florestais que lavram há semanas já reduziram a cinzas 1,2 milhões de hectares, um recorde desde que há registo, a partir de 1887.

Somando os incêndios nos estados de Oregon e Washington, as chamas consumiram já mais de dois milhões de hectares e fizeram pelo menos 19 mortos esta semana nos três estados da costa oeste afetados por fogos de enormes proporções.

O Oregon está a enfrentar incêndios “sem precedentes” na sua história, segundo a governadora, Kate Brown, que previa, já na quarta-feira, “numerosas perdas, em termos de edifícios e vidas humanas”.

“Estamos a preparar-nos para um número significativo de mortes, com base no que sabemos sobre o número de edifícios destruídos”, alertou igualmente na sexta-feira o diretor dos serviços de gestão de emergências do Oregon, onde sete pessoas morreram esta semana, de acordo com a última contagem da agência de notícias France-Presse (AFP), realizada no sábado.

Um total de 500.000 pessoas estão em risco de ser retiradas no Oregon, onde cerca de 40.000 pessoas foram já forçadas a abandonar as suas casas até sexta-feira.

Na Califórnia, o número de vítimas mortais, só esta semana, subiu para 11 no sábado, nove das quais no condado de Butte, perto do local que sofreu em 2018 o incêndio mais mortífero na história daquele estado, com 85 mortos e 19 mil casas e edifícios destruídos.

Oito pessoas já tinham morrido na Califórnia em agosto, num incêndio que lavra desde meados desse mês naquele estado.

Por causa das espessas camadas de fumo, as cidades de São Francisco, na Califórnia, Seattle, no estado de Washington, e Portland, no Oregon, estavam entre as localidades com pior qualidade do ar no mundo, no sábado, segundo a AFP.

Vários estudos nos últimos anos têm ligado os cada vez maiores incêndios florestais nos EUA com o aquecimento global provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, uma situação que Joe Biden, opositor democrata de Trump nas eleições presidenciais de novembro, considerou no sábado “uma ameaça existencial”.

“O Presidente Trump pode tentar negar a realidade, mas os factos são inegáveis. Temos absolutamente de agir para evitar um futuro marcado por uma avalanche interminável de tragédias, como a que hoje afeta as famílias americanas na costa oeste”, disse Biden em comunicado, pouco antes de a Casa Branca anunciar a visita do Presidente à Califórnia.