“A Grécia não só não quer realizar negociações, como também está a tentar sabotá-las ou impedir que prossigam”, afirmou Akar.

Segundo o ministro, citado pela agência noticiosa turca Anatolia, as autoridades gregas “provocam deliberadamente um aumento da tensão para desviar a atenção da opinião pública dos problemas internos que [a Grécia] atravessa”.

As declarações de Hulusi Akar foram feitas na sequência da decisão da Grécia de congelar a última ronda de negociações, que estava marcada para abril, depois de vários aviões terem invadido o espaço aéreo sobre o mar Egeu.

Há duas semanas, a Turquia protestou contra uma alegada interferência grega num exercício tático das forças aéreas turcas e da NATO, sublinhando que “todos os aliados foram notificados com 24 horas de antecedência”.

Os aviões de guerra turcos e gregos envolvem-se frequentemente em incidentes no mar Egeu, já que os dois países disputam os limites dos respetivos espaços aéreos, principalmente na zona das ilhas gregas mais próximas da costa turca.

A Turquia também acusa a Grécia de colocar armamento nas ilhas do mar Egeu mais próximas da costa turca, quando existe um compromisso de as manter desmilitarizadas.

Na semana anterior, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, Nikos Dendias, tinha afirmado que a Turquia tinha atitudes inaceitáveis, apontando o dedo ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por ter, alegadamente, ameaçado realizar ofensivas com mísseis balísticos contra a capital grega.

“É inaceitável e universalmente condenável que existam ameaças de um ataque contra a Grécia a serem feitas por um país aliado, por um membro da NATO”, referiu então o governante grego.

Apesar de serem aliadas na NATO, as relações entre a Turquia e a Grécia são tensas há muito tempo, com os dois países divididos por uma série de questões, como disputas sobre o Chipre e outros territórios no mar Egeu, a exploração de hidrocarbonetos na região e as vagas migratórias, já que as autoridades turcas acusam a Grécia de “empurrar ilegalmente” muitos migrantes para as suas águas, enquanto Atenas diz que Ancara “fecha os olhos” à saída em massa de migrantes para a Europa.

Os dois Estados já estiveram prestes a entrar em guerra por três vezes nos últimos 50 anos.