“Israel cometeu um novo crime contra a humanidade ao massacrar mais de uma centena de civis que se tinham refugiado numa escola”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
Ancara condenou, “mais uma vez”, a vontade do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de “sabotar as negociações para um cessar-fogo”.
“Este ataque mostra mais uma vez que o Governo de Netanyahu quer sabotar as negociações sobre um cessar-fogo permanente”, considerou.
“Os atores internacionais que não tomam medidas para impedir Israel são cúmplices destes crimes”, acrescentou o Governo turco.
O ataque israelita a uma escola corânica na cidade, que albergava pessoas deslocadas, durante as orações da madrugada, matou pelo menos 93 pessoas, segundo a Defesa Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento palestiniano Hamas.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza, considerou hoje o ataque contra a escola “uma perigosa escalada” da guerra conduzida pelo Exército israelita no território palestiniano.
Este foi um dos ataques com maior número de mortos desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram ter “atacado com precisão os terroristas do Hamas que operavam dentro de um centro de comando e controlo do Hamas localizado na escola Al-Tabai’een”.
O centro de comando e controlo serviu de “covil para terroristas e comandantes do Hamas”, a partir do qual foram planeados e preparados vários ataques contra o exército israelita, disseram as FDI, em comunicado.
De acordo com a imprensa controlada pelo Hamas, a escola, situada junto a uma mesquita no bairro de Daraj Tuffah, acolhia cerca de 250 pessoas deslocadas, mais de metade das quais eram crianças e mulheres.
Estados Unidos, Egito e Qatar exigiram na quinta-feira que Israel e o Hamas fechem definitivamente um acordo de cessar-fogo em Gaza, numa reunião marcada para 15 de agosto, com o objetivo de o implementar sem mais demoras.
“Pedimos a ambos os lados que retomem as discussões urgentes na quinta-feira, 15 de agosto, em Doha ou no Cairo, para colmatar todas as lacunas restantes e iniciar a implementação do acordo sem mais demoras”, realçaram os três mediadores, numa declaração conjunta.
Na nota, assinada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, pelo homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e o Emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, sublinhou-se ainda que “é tempo de proporcionar alívio imediato tanto ao povo sofredor de Gaza como aos reféns sofredores e às suas famílias”.
A União Europeia (UE) juntou-se a este apelo, ao qual o Governo português se associou “convicta e ativamente”.
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