“Disse ao nosso ministro dos Negócios Estrangeiros que não nos podemos permitir acolhê-los no nosso país”, disse Erdogan, citado em vários órgãos de comunicação social turcos.
Num comunicado conjunto divulgado na segunda-feira, os embaixadores do Canadá, França, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Estados Unidos apelaram à “resolução justa e rápida do caso” Osman Kavala, editor e mecenas turco preso desde 2018 sem julgamento.
“São vocês que vão dar uma lição à Turquia?” questionou Erdogan, referindo-se ao documento das embaixadas e sublinhando que a justiça turca é “independente”.
Na terça-feira, a Turquia convocou os embaixadores dos dez países subscritores do documento, tendo considerado “inaceitável” o apelo formulado a favor da libertação do oposicionista Osman Kavala.
Figura de destaque da sociedade civil da Turquia, Kavala, 64 anos, foi acusado inicialmente em 2013 pelo regime de Erdogan de tentativa de destabilização.
Kavala apoiou as manifestações do movimento Gezi (Praça Gezi) em Istambul contra o governo em 2013 e é acusado de envolvimento na intentona militar de 2016.
Em dezembro de 2019, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ordenou a sua “libertação imediata”, mas a decisão não foi acatada por Ancara.
Osman Kavala vai permanecer preso, pelo menos até ao dia 26 de novembro, decidiu em outubro um tribunal de Istambul, apesar das ameaças europeias de sanções contra a Turquia.
O Conselho da Europa voltou a ameaçar Ancara com sanções que podem ser adotadas na próxima reunião do organismo, que integra a Turquia, e que se realiza entre os próximos dias 30 de novembro e 02 de dezembro se o oposicionista não for libertado.
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