Em declarações à agência noticiosa polaca PAP, Ignat não confirmou o número exato de aviões que os aliados ocidentais prometeram fornecer à Ucrânia, indicando tratar-se de “dezenas”.

Ignat referiu ainda que algumas das armas fornecidas pelo Ocidente estão a ser subutilizadas por Kiev, como os mísseis AGM-88, atualmente lançados a partir do solo, mas cuja ”potência aumentaria” se fossem lançados a partir de caças F-16

O porta-voz da força aérea ucraniana apelou às potências ocidentais para que reforcem as capacidades militares da Ucrânia, a fim de este país poder enfrentar em pé de igualdade a Rússia, que possui uma tecnologia “muito melhor e mais moderna”.

“Os mísseis russos estão armados com ogivas ativas autoguiadas. Graças aos caças F-16 e aos sistemas Patriot, seremos capazes de eliminar a vantagem russa”, observou Ignat, defendendo mais uma vez o “fecho dos céus” como uma tarefa prioritária para Kiev.

“Os caças vão patrulhar os nossos céus, deslocar-se rapidamente entre aeroportos e detetar potenciais perigos […]. Seremos capazes de efetuar ataques muito precisos contra os depósitos de armas e a logística russa”, afirmou.

Sexta-feira passada, na cimeira do G7 em Hiroxima (Japão), o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Washington apoia os seus aliados na formação de pilotos ucranianos na utilização de caças F-16, embora não tenha sido tomada nenhuma decisão concreta sobre a entrega destes aviões.

Os principais países europeus apoiaram a ideia dos Estados Unidos, tendo a Rússia alertado para o facto de a eventual entrega de caças F-16 poder representar “riscos colossais” para o Ocidente.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.