A vice-presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Natália Vargas, realçou hoje à agência Lusa que é importante “não esquecer” o “ato terrorista russo”, após as mortes numa prisão no leste da Ucrânia controlada por separatistas pró-russos, na região de Donetsk, em 29 de julho de 2022.
Este sábado, a partir das 18:00, na Praça Dom Pedro IV, o Rossio, em Lisboa, a Associação dos Ucranianos em Portugal organiza um encontro para recordar as vítimas.
A vice-presidente da associação espera a participação de muita gente no evento, adiantando que muitos jovens ucranianos, em Portugal para participarem na Jornada Mundial da Juventude, vão estar presentes.
Os organizadores esperam também a presença da Embaixada da Ucrânia em Portugal.
Ao longo da ação, irá ser organizado um cordão humano, respeitado um minuto de silêncio e produzidos alguns discursos.
A iniciativa, que também decorre nesta data em outras cidades em todo o mundo, pretende ainda pedir aos governos nacionais que condenem os crimes da Rússia e tomem todas as medidas para libertar os prisioneiros ucranianos e o regresso destes às suas famílias.
“Muitos pessoas estão presas nesse momento. Falta informação sobre elas do lado da Rússia”, vincou Natália Vargas.
“Temos muitas famílias na Ucrânia onde a mãe não sabe onde o filho está. É terrível”, acrescentou.
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, defendeu esta semana a necessidade de “garantir justiça” pela morte dos prisioneiros ucranianos na prisão de Olenivka.
A zona onde se encontra o centro de detenção, no leste da Ucrânia, está atualmente ocupada pelas forças russas e pelas milícias separatistas russófonas.
O comunicado emitido pelo alto-comissário assinala que o incidente marcado pela morte dos prisioneiros “não foi provocado por um foguete HIMARS”, a versão divulgada por diversos responsáveis russófonos de Donetsk, que acusaram o Governo ucraniano pelo ataque.
Os prisioneiros de guerra ucranianos naquela prisão incluíam tropas capturadas durante a queda de Mariupol, em maio de 2022.
Estes passaram meses escondidos com civis na gigante siderúrgica Azovstal na cidade portuária do sul, sendo que a sua resistência durante um implacável bombardeamento russo se tornou um símbolo do desafio ucraniano contra a agressão da Rússia.
Mais de 2.400 soldados do Regimento Azov da guarda nacional ucraniana e de outras unidades militares desistiram da sua luta e acabaram por se render, sob as ordens dos militares da Ucrânia.
A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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