“No segundo trimestre, teremos 410 milhões de doses de vacinas [contra a covid-19] que serão fornecidas a todos os Estados-membros. Vamos multiplicar o número de vacinas por quatro, o que dá uma boa noção desta aceleração” da produção do fármaco na União Europeia (UE), avançou Thierry Breton.
O comissário falava numa audição conjunta na Comissão de Assuntos Europeus, na Comissão de Saúde e na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, sobre a estratégia de vacinação na União Europeia (UE).
Segundo o comissário responsável pela `task force´ europeia das vacinas, o objetivo da Comissão Europeia é o de “fornecer doses suficientes para que, a meio de julho, o conjunto dos Estados-membros, incluindo Portugal, possam vacinar totalmente 70% adultos europeus com mais de 18 anos”.
A meta definida prevê ainda que, até final do verão, sejam vacinados “todos os adultos que quiserem”, disse Thierry Breton, ao adiantar que estes 70% de europeus vacinados permite “alcançar números que dizem que a pandemia já está muito diminuída e circunscrita”.
Perante os deputados, o comissário europeu adiantou ainda que esta aceleração da produção de vacinas para combater a pandemia surge depois de “um primeiro trimestre que foi complicado”, uma vez que um dos fornecedores (AstraZeneca) “não cumpriu os seus compromissos”, fornecendo 30 milhões das 120 milhões de doses previstas.
A campanha de vacinação da UE tem sido marcada por atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e mais recentemente da Janssen, depois de terem sido registados casos raros de formação de coágulos sanguíneos após a toma de ambos os fármacos.
Nesta audição, onde confirmou que Portugal deve receber perto de 10 milhões de doses no segundo trimestre, Thierry Breton salientou o “desafio científico” que a Europa ultrapassou no desenvolvimento das vacinas em menos de um ano, quando, em situações normais, é um processo que demora entre cinco e 10 anos.
Além do desenvolvimento, a UE também enfrentou a necessidade de aumentar a produção, referiu o comissário francês, ao avançar que estão 53 fábricas europeias a produzir vacinas 24 horas sobre 24 horas e sete dias por semana.
“Geralmente, para fazer uma fábrica é preciso entre três a quatro anos. Para transformar fábricas existentes demora entre 18 e 24 meses. Nós conseguimos fazer isso em menos de 10 meses”, assegurou.
Thierry Breton sublinhou ainda que a Europa é o “único continente” que exporta vacinas para países vizinhos, recordando que os Estados Unidos têm uma ordem executiva que impede a essa exportação até que todos os norte-americanos estejam vacinados.
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